
Se depender do deputado Salvador Zimbaldi (PDT-SP), a famosa fam�lia de comercial de margarina ser� institucionalizada na propaganda brasileira. Relator na Comiss�o de Ci�ncia, Tecnologia e Comunica��o do projeto de lei que regulamenta a publicidade infantil, Zimbaldi aproveitou a posi��o para incluir um artigo exigindo que a unidade familiar representada nos comerciais seja a formada por pai, m�e e filhos.
O texto est� para ser votado e depois ir� para a Comiss�o de Constitui��o e Justi�a em car�ter terminativo - ou seja, poder� ser enviado ao Senado sem passar pelo plen�rio da C�mara, a menos que haja um pedido espec�fico de parlamentares para apreciar o projeto.
Zilmbaldi, que nega ser homof�bico ou preconceituoso, diz que apenas est� cumprindo os par�metros familiares ditados pela Constitui��o. Pela sua interpreta��o, o par�grafo terceiro do artigo 226 define a unidade familiar como formada por um homem e uma mulher. Na verdade, a Carta deixa claro, no par�grafo quarto do mesmo artigo, que uma entidade familiar � formada por "qualquer um dos pais e seus descendentes". O artigo usado pelo deputado refere-se apenas ao reconhecimento da uni�o est�vel tamb�m como unidade familiar.
"Zimbaldi baseou esse artigo em uma interpreta��o totalmente equivocada da Constitui��o, que n�o faz essa defini��o de unidade familiar. � um erro grave. Ele est� fazendo valer em lei um preconceito dele e achou que ia passar despercebido", disse o deputado Jean Willys (PSol-RJ), que foi o primeiro a chamar a aten��o para o caso.
Zimbaldi diz que n�o vai mudar seu substitutivo e defende que se baseou na Constitui��o. "Se algu�m se sentir incomodado que apresente uma emenda supressiva. Se a maioria quiser retirar eu vou respeitar a decis�o, mas eu n�o vou retirar", afirmou. "Eu n�o estou falando de pais separados, que hoje isso � muito normal. O que estamos preocupadas � que as pessoas se limitem ao par�metros. O exemplo de fam�lia � pai e m�e".
O deputado, que � ligado � renova��o carism�tica da igreja Cat�lica, garante n�o ser preconceituoso ou ter problemas com homossexuais e mesmo com a uni�o est�vel de pessoas do mesmo sexo. Na sua p�gina na Internet, no entanto, consta com destaque um discurso com o t�tulo "Zimbaldi � contra a o casamento de pessoas do mesmo sexo". Ele acredita que sua posi��o vai prevalecer tanto na CCTC quanto na CCJ, e tem certeza que os deputados n�o v�o querer levar o projeto ao plen�rio.
Jean Willys explica que n�o faz parte da CCTC, mas acertou com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) para que ele apresentasse uma emenda supressiva. O deputado esclarece que n�o � contra o projeto, que, na verdade, trata de regras para a propaganda de produtos para crian�as de modo geral. "O projeto � maravilhoso. N�o queremos derrub�-lo de jeito nenhum. S� temos que retirar esse erro", afirmou.