Bras�lia - A c�pula da Procuradoria-Geral da Rep�blica vive uma crise silenciosa para saber quem ser� o escolhido para conduzir a an�lise dos recursos do processo do mensal�o. Ap�s quatro anos de mandato, o chefe do Minist�rio P�blico Federal, Roberto Gurgel, deixar� o cargo no pr�ximo dia 15 sem ter deixado um "herdeiro" para cuidar da aprecia��o dos embargos de declara��o e infringentes apresentados pela defesa dos 25 r�us condenados da a��o penal.
Desde ent�o, o chefe do MPF n�o atuou internamente para fazer seu sucessor na condu��o do caso. Um mostra disso � que, segundo duas pessoas pr�ximas dele, Gurgel jamais conversou sobre o processo com sua atual vice, a subprocuradora Sandra Cureau. Nomeada no m�s passado ap�s o procurador-geral demitir sua ex-vice, Deborah Duprat, por divergir de suas posi��es, Sandra sair� do posto juntamente com Gurgel.
A presidente Dilma Rousseff n�o deve indicar o sucessor do atual procurador-geral antes do dia 15, o que deixar� o cargo vago. Dilma recebeu em meados de abril uma lista tr�plice de nomes numa elei��o interna da Associa��o Nacional dos Procuradores da Rep�blica (ANPR). A presidente, contudo, n�o � obrigada a seguir as indica��es da associa��o, embora, desde o in�cio das gest�es petistas, elas t�m sido sempre acatadas.
Diante da acefalia nos dois postos mais importantes da institui��o, o Conselho Superior do Minist�rio P�blico Federal (CSMPF), �rg�o m�ximo da carreira, vai se reunir excepcionalmente na pr�xima segunda-feira, 5, para tentar escolher seu novo vice-presidente. Caber� a ele, na aus�ncia do chefe e o vice da Procuradoria, tocar interinamente a institui��o e possivelmente o in�cio da an�lise dos recursos do mensal�o.
Tr�s pessoas que trabalham na c�pula do MPF afirmaram reservadamente ao Grupo Estado que h� um clima de guerra interna pelo cargo de vice-presidente do conselho. A disputa decorre do fato de Gurgel ter, na opini�o de um dos ouvidos, "lavado as m�os" para fazer seu sucessor e da visibilidade que o cargo confere, no momento do julgamento dos recursos. Apesar de o atual chefe do Minist�rio P�blico j� ter apresentado seu parecer sobre os recursos, o substituto poder� divergir dele por conta da independ�ncia funcional que cada procurador da Rep�blica tem.
Nos corredores da c�pula da institui��o, pelo menos seis nomes s�o lembrados pelos colegas na bolsa de apostas para o cargo de substituto interino: os subprocuradores da Rep�blica Alcides Martins, Antonio Augusto Aras, Eitel Santiago, Eug�nio Arag�o e Raquel Dodge. Caso o conselho n�o encontre um nome, a categoria ser� comandada pelo subprocurador Geraldo Brindeiro, que j� comandou o Minist�rio P�blico nos anos do governo Fernando Henrique Cardoso e in�cio do de Lula. Mas, mesmo diante da crise entre os pares, essa hip�tese � considerada remota de ocorrer para integrantes da carreira. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S.Paulo
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