Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) admitem que a pris�o dos condenados na a��o penal do mensal�o deve ficar para o final do ano ou, num cen�rio mais pessimista, pode ficar para 2014. No pr�ximo dia 14, o tribunal come�a a julgar os primeiros recursos contra a condena��o. Mas os advogados ainda podem se valer de novos recursos para contestar o julgamento do tribunal.
Um dos principais defensores da brevidade do julgamento, o ministro Gilmar Mendes confirmou nesta quinta que o tribunal s� deve discutir a pris�o imediata depois de julgados os segundos recursos. E citou como precedente o julgamento do deputado Natan Donadon, recentemente preso e cujo julgamento de dois recursos s� terminou depois de tr�s anos ap�s a condena��o.
"No futuro certamente vamos ter um outro posicionamento sobre isso. Mas o recurso � leg�timo e n�s devemos nos pronunciar novamente (no julgamento dos segundos embargos). A partir da�, vamos ter delibera��o certamente sobre execu��o ou n�o da decis�o", explicou nesta quinta o ministro.
O ministro Marco Aur�lio Mello afirmou n�o ser poss�vel mudar o entendimento do tribunal e executar a pena logo ap�s o julgamento dos primeiros recursos contra a condena��o. De acordo com ele, os r�us podem regularmente recorrer da conclus�o do julgamento dos primeiros recursos. S� depois de julgados todos os recursos, defendeu o ministro, a pena come�a a ser cumprida. "Ainda teremos muitas emo��es", ironizou o ministro.
Integrantes da Corte projetam que o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, poderia pedir a pris�o imediata dos r�us logo ap�s o julgamento de cada um dos 26 recursos. Repetiria, se assim o fizesse, a proposta frustrada que recentemente fez no julgamento do ex-deputado Jos� Tatico (PTB-DF). Um dos ministros afirmou que o tribunal certamente recha�aria a proposta.
Press�o popular
O receio exposto reservadamente por advogados de que manifesta��es de rua, como as que ocorreram nos �ltimos meses, pudessem interferir no julgamento � recha�ado pelos integrantes do tribunal. O ministro Celso de Mello enfatizou que a voz das ruas n�o � ouvida, especialmente no julgamento de a��es penais.
"Eu pessoalmente n�o me deixo influenciar pela press�o das ruas. Temos que julgar com objetividade", afirmou Celso de Mello. "O que interessa a um juiz, notadamente no julgamento criminal, � o julgamento conforme as provas dos autos, n�o conforme as reivindica��es externas por press�es populares", acrescentou.