A presidente Dilma Rousseff j� est� estudando um modo de facilitar a vinda de engenheiros estrangeiros para trabalhar no Brasil, assim como fez com profissionais da �rea da sa�de, no Programa Mais M�dicos. Alguns ministros do chamado “n�cleo duro” do governo est�o tentando provar para a petista que a medida ajudaria a solucionar um dos problemas que atravancam o andamento de obras e o repasse de verba federal para munic�pios.
Hoje, faltam nas prefeituras especialistas dispostos a trabalhar na elabora��o de projetos b�sico e executivo, fundamentais para que a cidade possa receber recursos da Uni�o.
As travas no repasse de dinheiro j� foram identificadas por Dilma como um dos obst�culos para que o Executivo consiga impulsionar o crescimento econ�mico e acelerar obras de infraestrutura - dois gargalos que poder�o custar caro para a candidatura � reelei��o.
O governo j� investe hoje no est�gio e na especializa��o de engenheiros brasileiros no exterior com o Ci�ncia Sem Fronteiras programa comandado pelos minist�rios da Ci�ncia e Tecnologia e da Educa��o. Mas a ideia estudada no Pal�cio do Planalto � ir al�m, aproveitando os profissionais de fora j� prontos, para que tragam expertise e preencham lacunas em regi�es hoje desprezadas pelos brasileiros. A proposta inicial � importar especialmente m�o de obra de na��es que enfrentam crise econ�mica e t�m idiomas afins, como Portugal e Espanha.
Para se ter uma ideia, o Maranh�o � hoje o Estado brasileiro que menos abriga empregados da �rea de engenharia. De acordo com dados do IBGE de 2010, a m�dia � de 1.265 habitantes por engenheiro em todo Maranh�o, seguido pelo Piau� (1.197 habitantes por engenheiro) e Roraima (1.023 habitantes por engenheiro). S�o Paulo � o que mais concentra esse tipo de profissional (148 habitantes por engenheiro).
‘Presente de grego’. Na gest�o anterior, o ex-presidente Lula afirmou ter dinheiro em caixa para investir, fez um chamamento aos prefeitos pedindo para que eles encaminhassem a Bras�lia projetos executivos assinados por engenheiros para que a Uni�o pudesse repassar dinheiro para as prefeituras. Dilma tamb�m vem reivindicando a mesma iniciativa. Mas h� gestores municipais que consideram os programas de transfer�ncia volunt�ria de renda federal um “presente de grego”.
Para o presidente da Confedera��o Nacional dos Munic�pios (CNM), Paulo Ziulkoski, a falta de engenheiros � apenas uma das dificuldades para que os munic�pios recebam investimentos federais. “Al�m da dificuldade em formar um quadro com engenheiro civil, mec�nico e agr�nomo, a demora na libera��o de licen�a ambiental e a dificuldade para comprovar a propriedade de um terreno tamb�m atrapalham muito”, avalia Ziulkoski.
Outro imbr�glio que ele aponta � a falta de dinheiro para a “contrapartida”. Segundo ele, no caso do Bolsa Fam�lia, por exemplo, cabe ao munic�pio manter atualizado o cadastro dos benefici�rios, checar quem morreu, quem arrumou emprego, as crian�as que est�o na escola. “Tudo tem um custo, � um presente de grego”, afirma. “Eu sou o primeiro a dizer aos prefeitos que nem mandem projetos, porque eles nem conseguem manter os que j� t�m. S� que os 4.100 novos eleitos ainda est�o sonhando, achando que podem fazer muita coisa.”
Imigra��o. A Secretaria de Assuntos Estrat�gicos est� conduzindo um projeto para estimular a entrada de m�o de obra estrangeira qualificada em territ�rio nacional. Segundo dados de 2010 compilados pela SAE, o n�mero de imigrantes de primeira gera��o que vive hoje no Brasil representa 0,3% da popula��o (cerca de 600 mil pessoas), diante da m�dia mundial de 3%. A pesquisa cita que “pa�ses altamente desenvolvidos como Su��a, Nova Zel�ndia, Austr�lia e Canad� possuem mais de 20% da popula��o formada por imigrantes”.