
A Comiss�o Nacional da Verdade (CNV) dever� convocar para depor militares que teriam envolvimento na morte do militante pol�tico Arnaldo Cardoso Rocha – um dos fundadores da A��o Libertadora Nacional (ALN) em Minas Gerais – ocorrida em mar�o de 1973 em S�o Paulo. A informa��o � de Andr� Vilanova, representante da CNV que esteve ontem em Belo Horizonte para acompanhar a exuma��o dos restos mortais de Arnaldo, a primeira feita em Minas para apura��o das circunst�ncias do falecimento de um opositor do regime militar. Os restos mortais de Milton Soares de Castro, abatido pelas for�as repressoras, tamb�m foram exumados, em Juiz de Fora, onde foi preso, mas apenas como tr�mite burocr�tico para traslado dos ossos ao Rio Grande do Sul, onde nasceu.
Os nomes dos militares a serem ouvidos j� est�o com a CNV. Os supostos envolvidos, que ainda n�o tiveram as identidades reveladas, eram comandados pelo coronel reformado Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do Destacamento de Opera��es de Informa��es – Centro de Opera��es de Defesa Interna (DOI-Codi). Na vers�o da ex-companheira de Arnaldo, Iara Xavier Pereira, que faz uma esp�cie de investiga��o paralela do caso, o militante teria sido assassinado em emboscada numa rua do Bairro da Penha, no Rio de Janeiro. Na vers�o dos militares, ele teria morrido em tiroteio contra agentes da repress�o. Conforme laudo assinado pelo legista Isaac Abramovitch, m�dico de confian�a dos militares, o militante teria sido atingido por tr�s tiros na perna direita, um no superc�lio direito e um na m�o direita.

A ex-companheira de Arnaldo afirmou ter pedido a exuma��o devido ao que chamou de lentid�o da CNV. “� o que nos restou, para ver se o caso � resolvido ou se a d�vida permanecer�”, afirmou Iara. Vilanova diz que a comiss�o age a “plenos pulm�es” e assegurou: “Nosso objetivo � ir fundo nas investiga��es. Dizer quem tem responsabilidade nas mortes e quem n�o tem”.
Nascido em Belo Horizonte, Arnaldo morreu em 15 de mar�o de 1973, 15 dias antes de completar 24 anos. Os pais dele, Anete Cardoso Rocha e Jo�o de Deus Rocha, moram na capital, na Rua Boa Esperan�a, no Bairro Carmo.