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Estado de Minas

Corpo de militante da ALN ser� exumado nesta segunda-feira

Arnaldo Cardoso Rocha foi assassinado em emboscada em 1973. Per�cia tenta esclarecer reais circunst�ncias da morte


postado em 12/08/2013 07:00 / atualizado em 12/08/2013 08:20

Militante do PCB, Anete Cardoso Rocha, de 91 anos, teve o filho morto pelas forças de repressão policial(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Militante do PCB, Anete Cardoso Rocha, de 91 anos, teve o filho morto pelas for�as de repress�o policial (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)


Mais uma pe�a do quebra-cabe�a para revelar a verdade sobre os anos de ditadura militar no Brasil pode ser revelada hoje com a exuma��o do militante da A��o Libertadora Nacional (ALN) Arnaldo Cardoso Rocha, morto em emboscada pelo Doi-Codi, em S�o Paulo, em 15 de mar�o de 1973. O corpo de Arnaldo, morto aos 23 anos, est� enterrado no Cemit�rio da Colina, em Belo Horizonte, cidade em que vivem seus pais, os militantes hist�ricos do Partido Comunista Brasileiro (PCB) Jo�o de Deus Rocha e Anete Cardoso Rocha. O pedido de exuma��o foi apresentado pela vi�va de Arnaldo, Yara Xavier Pereira – tamb�m integrante da ALN –, ao Conselho Nacional da Verdade (CNV) para tentar esclarecer as verdadeiras circunst�ncias da morte do marido. A vers�o apresentada � �poca � de que Arnaldo foi morto numa troca de tiros com a pol�cia, ao lado de dois companheiros.

A exuma��o ser� coordenada por Marco Aur�lio Guimar�es, antrop�logo forense, com a participa��o de peritos da Pol�cia Federal e de peritos criminais do Distrito Federal. Acompanhar�o os trabalhos o procurador federal S�rgio Suiama, o representante da Comiss�o Nacional da Verdade Andr� Vilaron e Gilles Gomes, coordenador da Comiss�o Especial sobre Mortos e Desaparecidos Pol�ticos, al�m da vi�va de Arnaldo. “Buscamos h� 40 anos saber as reais circunst�ncias do seu assassinato. Como �ltimo recurso, solicitamos � Comiss�o Especial sobre Mortos e Desaparecidos Pol�ticos a exuma��o”, explica a vi�va em nota. A provid�ncia foi solicitada junto � Comiss�o Nacional da Verdade e apresentado ainda um requerimento de not�cia-crime na 2ª C�mara de Coordena��o e Revis�o do Minist�rio P�blico Federal (MPF), em julho de 2012.

LACRADO Ap�s a morte, o corpo do militante foi transladado para Belo Horizonte pelo pai, Jo�o de Deus, em caix�o lacrado pelo Doi-Codi do 2º Ex�rcito, em S�o Paulo. O vel�rio ocorreu na casa em que Arnaldo nasceu, na Rua Esperan�a, na Regi�o do Barreiro, onde foi marcante a presen�a ostensiva de policiais. De acordo com o laudo da �poca, Arnaldo foi atingido por sete tiros – tr�s na perda direita, que o fizeram tombar, um tiro fatal no superc�lio direito e outro que causou diversas fraturas na m�o direita, caracter�stica de les�o de defesa.

Outro dado que corrobora a tese de execu��o foi levantado pelo relator dos casos na Comiss�o Especial sobre Mortos e Desaparecidos Pol�ticos, Luiz Francisco Carvalho Filho. Em seu voto, ele ressaltou que o suposto armamento dos integrantes da ALN n�o foi periciado. “As armas que teriam sido encontradas em poder dos militantes s� foram formalmente apreendidas pela autoridade militar em 19 de mar�o, quatro dias depois das mortes.” O relator afirmou ainda que “a evid�ncia mais gritante de que os militantes n�o foram conduzidos diretamente para o Instituto M�dico Legal (IML) � o registro oficial de suas vestes”. Os tr�s estariam sem cal�as, vestindo camisas, cuecas, meias e sapatos.

Na vers�o oficial do Ex�rcito, os militantes foram mortos em troca de tiros depois de serem identificados como autores da morte do comerciante Manoel Henrique de Oliveira em 21 de fevereiro de 1973. Manoel, segundo o Ex�rcito, teria sido “justi�ado” e seu corpo coberto com panfletos da ALN em raz�o de sua suposta dela��o �s for�as de repress�o de Yuri Xavier Pereira – irm�o de Iara Pereira e integrante da alian�a –, que resultou em sua morte.

No entanto, 10 anos depois da morte de Arnaldo, surgiram evid�ncias de que, na verdade, o Ex�rcito promoveu a infiltra��o de Jo�o Henrique Ferreira de Carvalho, conhecido como Jota, junto ao grupo pol�tico que ajudou a preparar a emboscada. Jota seria o �nico que conseguiu escapar com vida da investida policial.


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