A Pol�cia Federal (PF) detectou uma conta corrente chamada Orange Internacional no caminho de parte do dinheiro de supostas propinas pagas pela Alstom ao PSDB e ao governo de S�o Paulo. Mantida por doleiros, ela foi operada por meio do MTB Bank de Nova York. A PF encontrou a conta quando apurava quatro dep�sitos em 1998 que chegaram a US$ 1,44 milh�o (valor atualizado).
Pinto Junior foi indiciado pela PF no caso. Ele disse que conhecia Robson Marinho, ex-secret�rio de governo de M�rio Covas (1995-2001) e vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado, e o vereador tucano e ex-secret�rio de Energia de S�o Paulo, Andrea Matarazzo, mas n�o os acusou de crime.
Matarazzo foi indiciado no caso. Inconformado, repudiou a acusa��o e disse desconhecer o lobista. Seu advogado, o criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, pediu arquivamento do caso. O Estado procurou o advogado de Marinho, Celso Vilardi, mas n�o o achou. O Diret�rio Estadual do PSDB informou ser “revoltante” ser acusado com “base em argumentos vazios” e sem provas. A Alstom n�o se manifestou na quarta-feira, 14.
� PF Pinto Junior revelou que as propinas eram chamadas de “compromisso”. O lobista, que se declarou aposentado, afirmou que os executivos franceses Pierre Chazot e Phillipe Jafre lhe ordenavam que entregasse “pacotes de dinheiro” a pessoas que desconhecia. Os pacotes eram levados por motoboys diretamente aos interessados.
Pinto Junior contou que era o procurador da offshore MCA Uruguay e disse que assinou os documentos para abrir contas banc�rias da empresa no mesmo Bank Audi, em Luxemburgo, e no UBS, na Su��a. Teria feito isso a pedido de Jafre e de Chazot. Jafre o teria aconselhado a assinar um contrato de consultoria com a Alstom. Por meio dele, a Alstom repassaria 7,5% do valor do projeto Gisel, assinado pela empresa francesa com a ent�o estatal paulista EPTE (ex-Eletropaulo). Para fechar o acordo, a EPTE contratou sem licita��o um cr�dito de R$ 140,6 milh�es (valor atual) com o banco franc�s Soci�t� G�n�rale.