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Estado de Minas

Programa para preserva��o do patrim�nio hist�rico deixa de fora 14 cidades mineiras

As 14 cidades de Minas estavam inclu�das no plano anunciado pelo ex-presidente Lula, em 2009


postado em 23/08/2013 06:00 / atualizado em 23/08/2013 07:06

Em Ouro Branco, a antiga casa paroquial, datada do século 18, está cercada de tapumes à espera de obras que recuperem sua estrutura. No povoado de Itatiaia, dona Maria Guimarães lamenta a descaracterização das casas antigas, muitas já em ruína (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A press)
Em Ouro Branco, a antiga casa paroquial, datada do s�culo 18, est� cercada de tapumes � espera de obras que recuperem sua estrutura. No povoado de Itatiaia, dona Maria Guimar�es lamenta a descaracteriza��o das casas antigas, muitas j� em ru�na (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A press)

Quatorze cidades mineiras foram deixadas de lado no an�ncio do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) das Cidades Hist�ricas feito pela presidente Dilma Rousseff na ter�a-feira, em S�o Jo�o del-Rei. Um conv�nio assinado em junho de 2010 entre o Minist�rio da Cultura, o Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) e as prefeituras previa a realiza��o de obras em todas elas como parte do programa que recebeu o mesmo nome, anunciado pelo ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva em 2009, em Ouro Preto. Na ocasi�o, Lula prometeu que R$ 890 milh�es seriam investidos em 173 munic�pios brasileiros at� 2012, mas uma pequena parte do dinheiro come�ou a aparecer apenas este ano.

Dilma anunciou esta semana aportes para Ouro Preto, Diamantina, Mariana, Serro, Congonhas, Belo Horizonte, S�o Jo�o del-Rei e Sabar�. No entanto, em 2010, tamb�m assinaram o documento: Bar�o de Cocais, Barbacena, Catas Altas, Cataguases, Cristiano Otoni, Itabira, Itabirito, Tiradentes, Ouro Branco, Paracatu, Pitangui, Raposos, Santa B�rbara e Santa Luzia. A essas cidades, resta buscar outras formas de financiamento para tentar manter vivas as suas mem�rias. Todas elas tiveram de preparar projetos complexos, com dossi�s hist�ricos, culturais e arquitet�nicos atestando a import�ncia de seus acervos.

“Fiquei muito decepcionada quando soube que Ouro Branco n�o estava entre as cidades. Considero que esses recursos anunciados s�o importantes, mas n�o s�o suficientes para manter o patrim�nio hist�rico do estado. Tinham que contemplar mais cidades, tinham que ter uma pol�tica mais democr�tica. Tem muito patrim�nio malcuidado, sem o devido reconhecimento”, afirma a vice-presidente da Associa��o das Cidades Hist�ricas de Minas Gerais e prefeita da cidade, Cida Campos (PSD).

“Ignorou-se totalmente acordos que j� haviam sido estabelecidos. Houve pouca clareza no que foi dito. Anunciaram que somente cidades que det�m o t�tulo de Patrim�nio Cultural da Humanidade seriam agraciadas. Todas as escolhidas s�o merecedoras, mas Sabar� n�o � Patrim�nio Mundial da Humanidade, S�o Jo�o del-Rei n�o � e Mariana n�o �”, questiona Ildeu Ferreira, secret�rio de Cultura e Patrim�nio Hist�rico de Ouro Branco. Ele sustenta que o governo federal n�o deveria ter assinado o acordo de coopera��o do primeiro PAC das Cidades Hist�ricas: “Por respeito, n�o deveriam ter feito isso. Por que assinaram? Por que nos mandaram fazer os projetos todos?”.

O prefeito de Itabirito, Alex Oliveira (PSD) disse que ficou surpreso com o an�ncio feito pela presidente em S�o Jo�o del-Rei: “N�o est�vamos esperando isso. Est�vamos esperando que receber�amos o dinheiro”. “A gente lastima n�o ter essa resposta do governo federal”, diz o secret�rio de Patrim�nio Cultural e Turismo de cidade, Ubiraney de Figueiredo Silva. Contudo, ele se diz mais otimista: “Pelo menos h� uma sinaliza��o de que o governo est� dando a entender que vai continuar com essa bandeira do patrim�nio hist�rico. Esperamos que nesta pr�via de ano eleitoral saia mais dinheiro”. Segundo ele, o centro hist�rico da cidade n�o passou por nenhuma reforma nos �ltimos tr�s anos e a prefeitura n�o consegue arcar com a manuten��o do patrim�nio.

A secret�ria de Cultura de Bar�o de Cocais, na Regi�o Central de Minas, Mar�lia �ngelo Oliveira, lamentou o fato de a cidade ter ficado de fora do PAC. Segundo ela, duas igrejas tombadas pelo Iphan precisam de reparos. A expectativa, de acordo com Mar�lia, � de que o munic�pio seja contemplado na pr�xima etapa do programa.

Itatiaia

Nascida e criada no povoado de Itatiaia, pertencente a Ouro Branco, dona Maria Guimar�es Ferreira, que diz ter “quase 100 anos”, viu sua vila, fundada no fim do s�culo 17, mudar ao longo dos anos. Ela considera uma pena a cidade estar caminhando para a descaracteriza��o e diz que seria muito bonito se as fachadas das casas pudessem ser restauradas. “As casas modernas s�o do pessoal que vem de fora, eu gosto mais das antigas”, diz.

O projeto aprovado no primeiro PAC das Cidades Hist�ricas previa a libera��o de R$ 1,5 milh�o para duas obras na cidade: interven��es nas casas do per�metro de tombamento da Matriz de Santo Ant�nio do Itatiaia e restauro da antiga Casa Paroquial, que seria transformada em um memorial de Ouro Branco. Com casas antigas ruindo e sem pintura e casas com janelas e portas modernas, a Matriz de Itatiaia parece de certa forma um monumento mal instalado em seu pr�prio povoado.

J� a antiga Casa Paroquial, datada do s�culo 18, est� cercada de tapumes mas n�o h� previs�o para realiza��o de obras. Com as pinturas dos tetos descascando, rachaduras nas paredes, aranhas caminhando por baixo das cascas de pintura que se soltam facilmente, o antigo casar�o est� com a estrutura comprometida. Segundo o secret�rio de Cultura, Ildeu Ferreira, ele precisa de cuidados urgentes. (Colaborou Alice Maciel)


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