Cadastro � entrave para pr�vias destinada � escolha do candidato tucano

A aparente disposi��o do ex-governador Jos� Serra e do senador A�cio Neves de promoverem pr�vias para definir o nome tucano na disputa presidencial de 2014 esbarra em um obst�culo prosaico: a desorganiza��o da legenda. Apesar de teoricamente contar com 1.375.011 filiados, o PSDB n�o tem ideia de quantos militantes realmente tem.

Dirigentes da sigla dizem reservadamente que n�o chega a 200 mil o n�mero de militantes com algum tipo de vida org�nica no partido. O cadastro do PSDB, que nunca foi atualizado, vem sendo inflado desde a funda��o da sigla nos anos 1990 por “camadas” de filia��es de ocasi�o. Um dirigente tucano explica que isso ocorre em per�odos de disputas locais pelo comando de diret�rios quando os postulantes promovem filia��es em massa para vencer o advers�rio. Passado a disputa pela m�quina, as fichas assinadas caem no esquecimento, mas entram na contabilidade oficial.

O pr�prio estatuto do PSDB � vago sobre as pr�vias. “Os Diret�rios Nacional, Estaduais e Municipais poder�o aprovar, por proposta da respectiva Comiss�o Executiva, a realiza��o de elei��es pr�vias para a escolha de candidatos a cargos eletivos majorit�rios sempre que houver mais de um candidato disputando a indica��o do Partido”, diz o documento.

Sobre as regras, o estatuto diz apenas que a realiza��o das elei��es pr�vias “ser� disciplinada por resolu��o aprovada pela Comiss�o Executiva Nacional”. Ao propor que consulta interna n�o seja restritiva, Jos� Serra deu a senha para que seus aliados defendam um col�gio eleitoral com o m�nimo de limita��es. Isso favoreceria o ex-governador, que � mais conhecido das bases tucanas, mas n�o tem apoio dos caciques locais.

“Eu n�o gosto de pr�vias, pois acho que elas s�o manipul�veis. Prefiro o sistema das prim�rias, como nos Estados Unidos. Basta ser simpatizante para votar”, diz o ex-governador e vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman. Ele reconhece por�m, que esse sistema seria considerado pelo Tribunal Superior Eleitoral( TSE) como uma pr�-campanha, j� que extrapolaria as fronteiras partid�rias. “Sendo assim, defendo que todos os filiados, mesmo os que n�o est�o em dia, possam votar”, conclui.

No campo “aecista” prevalece a convic��o de que as pr�vias n�o acontecer�o. A manifesta��o do senador mineiro defendendo o mecanismo foi apenas uma forma de responder � press�o que vem sendo feita por Serra. A radicaliza��o do paulista, que defende inclusive que A�cio deixe a presid�ncia do PSDB para entrar na disputa interna, ocorre justamente no momento que o mineiro domina a m�quina partid�ria. Al�m do apoio da maioria folgada da dire��o executiva tucana, praticamente todos os 27 diret�rios do partido est�o fechados com seu projeto presidencial.