Lan�ado �s pressas para tentar conter o desgaste provocado pelos movimentos de rua, o programa Mais M�dicos j� � tratado como uma esp�cie de "galinha dos ovos de ouro" pela presidente Dilma Rousseff e seus principais aliados. Ela avalia que a medida poder� ser decisiva para acelerar a retomada de sua popularidade e que servir� como uma das principais locomotivas de sua campanha presidencial em 2014.
Durante encontro na �ltima quinta-feira, no Pal�cio do Planalto, 20 ministros se reuniram com o titular da Sa�de, Alexandre Padilha, para falar sobre a vinda dos m�dicos do exterior para o Brasil.
Muitos queriam saber do colega se mais profissionais continuariam a chegar em ritmo acelerado. Padilha respondeu que sim. Eles aproveitaram para relatar a ansiedade de moradores de seus col�gios eleitorais para receber os doutores.
A equipe de marketing presidencial pretende incluir o Mais M�dicos no pronunciamento que Dilma deve fazer no dia 7 de setembro, Dia da Independ�ncia do Brasil. O staff do marqueteiro Jo�o Santana tamb�m est� registrando em foto e v�deo o passo a passo dos estrangeiros.
Bandeira
O governo avalia que, al�m de ser uma poderosa arma para cacifar a candidatura de Padilha ao governo de S�o Paulo, o Mais M�dicos n�o vai, sozinho, promover uma revolu��o na sa�de nacional, mas pode virar a primeira bandeira concreta do PT na �rea da sa�de, fato que nunca ocorreu nos dez anos em que o partido vem ocupando a Presid�ncia.
A aposta se d� por dois motivos principais. Primeiro, porque o governo federal est� surpreso com a repercuss�o em torno do tema e acredita que as resist�ncias iniciais ao programa se transformaram quase em um debate contra xenofobia e o elitismo no atendimento m�dico do Pa�s.
"J� lan�amos programas t�o bons quanto esse, como o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino T�cnico e Emprego), mas n�o 'pegou'", diz um auxiliar direto da presidente. "A hostilidade e a falta de argumentos sensatos da classe m�dica est�o nos fazendo um grande favor para conseguirmos defender a medida", afirma essa mesma fonte.
Um ministro bem pr�ximo de Dilma tem a mesma vis�o: "Esses m�dicos (que s�o contra) est�o fazendo campanha para n�s". Para o governo, a imagem de profissionais cubanos sendo vaiados por m�dicos jovens envolveu em uma discuss�o sobre racismo e corporativismo uma parte da popula��o que estava � margem do debate, por n�o ser alvo desse tipo de atendimento, despertando sentimento de solidariedade aos estrangeiros, especialmente nas redes sociais.
Melhor que nada
A outra quest�o que pode ajudar Dilma nas urnas � a capilaridade ainda maior que o governo federal conquistar� com o envio de 4 mil m�dicos a grot�es do Brasil. A expectativa de sucesso pol�tico do programa se baseia especialmente na base de compara��o que o paciente ter�: sempre de "upgrade" quando comparar o novo atendimento � aus�ncia completa de profissionais. O famoso "melhor que nada".