S�o Jo�o da Lagoa e Francisco Dumont – As dificuldades que envolvem a sa�de nos munic�pios parecem se agravar nas regi�es mais pobres do pa�s. Em S�o Jo�o da Lagoa, cidade de 4,8 mil habitantes, no Norte de Minas, que conta aten��o b�sica, s�o muitas as barreiras para o atendimento � popula��o. Moradores denunciam que o �nico m�dico contratado deixou o trabalho h� dois meses. A reportagem do Estado de Minas percorreu o munic�pio e encontrou apenas uma m�dica que trabalha no Programa Sa�de da Fam�lia (PSF).
A lavradora Maria Correa de Ara�jo Fonseca reclama que sofre de diabetes e press�o alta e precisa de acompanhamento m�dico constantemente. Com a falta do m�dico, ela � obrigada viajar at� Montes Claros, a 50km de dist�ncia. O problema maior � o pre�o da passagem: R$ 80 – ida e volta. “� muito dif�cil para a gente”, lamenta a mulher.
Inha�ma, tamb�m em S�o Jo�o da Lagoa, costumava receber a visita de um m�dico a cada 30 dias, que atendia em uma escola. “Mas h� mais dois meses que n�o vem m�dico aqui”, relata a trabalhadora rural Maria Marilene Fonseca. Ela conta que o filho, de 10 anos, que sofre de arritmia card�aca, em dias de crise precisa ser levado at� Cora��o de Jesus, a 30 km de dist�ncia. Para isso, a fam�lia precisa arcar com R$ 60 do transporte.
Na quarta-feira, o Centro de Sa�de da sede de S�o Jo�o da Lagoa funcionava sem m�dico. Consultas s� estavam sendo realizadas pela �nica m�dica contratada para o PSF, que h� tr�s meses come�ou a trabalhar no munic�pio. Ela disse que mora na cidade e uma vez por semana atende em localidades rurais do munic�pio. Assegurou que cumpre a jornada de 40 horas semanais. O secret�rio municipal de Sa�de, Euber Jedson Caldeira, informou que a prefeitura j� est� providenciando a contrata��o de um outro m�dico e que espera receber profissionais do Programa Mais M�dicos.
POSTOS FECHADOS Na localidade de Pau Preto, zona rural de Francisco Dumont, tamb�m no Norte de Minas, o posto de sa�de, apesar das boas condi��es, est� abandonado. Segundo moradores, desde janeiro n�o aparece m�dico no local. “A realidade nossa � muito dif�cil. N�o vem m�dico no posto e as estradas tamb�m s�o muito ruins”, diz o agricultor Didito Veiga de Paula, morador do reassentamento Nova Esperan�a, que re�ne 29 fam�lias, instaladas no local pela Cemig depois de retiradas da �rea inundada pela Barragem de Irap�, no Vale do Jequitinhonha. Tamb�m moradora do Nova Esperan�a, Maria Selma Campos conta que o filho Marcos, de 13 anos, quebrou o bra�o direito e precisou ser levado para Bocai�va, a 40km de dist�ncia. “A cada semana, ele precisa retornar a Bocai�va para revis�o. A despesa de cada viagem fica em R$ 140. � muito caro pra gente”, diz Selma.
No distrito de Buriti Grande, o velho pr�dio do posto de sa�de tamb�m est� fechado, com aspecto de abandono. O aposentado Jos� Feliciano da Silva, de 76 anos, conta que antigamente a localidade recebia a visita de um m�dico mensalmente. “A �ltima vez que trouxeram m�dico aqui foi em outubro do ano passado, ainda na �poca da campanha pol�tica”, informou o aposentado.
O secret�rio de Sa�de, Adilson Medeiros Pereira, garantiu que a prefeitura j� retomou a assist�ncia na zona rural e que nos pr�ximos dias o atendimento ser� reiniciado nos postos de Buriti Grande e do Nova Esperan�a, com a visita de um m�dico pelo menos uma vez por m�s. Pereira considera que Francisco Dumont, com 4,76 mil habitantes, j� tem uma boa estrutura de aten��o b�sica � sa�de, com um ambulat�rio e uma unidade do PSF e cinco m�dicos (um pediatra, um ginecologista e tr�s cl�nicos), que, garantiu, cumprem a jornada de 40 horas por semana. Ele reclama, por�m, dos gargalos provocados pela falta de recursos. Os casos mais complexos e exames especializados s�o encaminhados para Bocai�va e Montes Claros. “Nossa grande dificuldade � pagar e conseguir realizar a tempo os exames complementares pedidos.”