A pouco mais de um ano das elei��es, os partidos em Minas j� est�o de calculadora nas m�os estimando quantos votos precisar�o para garantir uma cadeira na Assembleia Legislativa e na C�mara dos Deputados. Diferentemente de pleitos anteriores, o que tem complicado a matem�tica das legendas � a indefini��o em rela��o a alguns temas. Os partidos n�o sabem, por exemplo, se as coliga��es partid�rias continuar�o a vigorar. N�o sabem tampouco se ser� mantida a decis�o do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que aumentou o n�mero de cadeiras para a representa��o nos legislativos estadual e federal. Al�m disso, � grande a incerteza em rela��o ao efeito nas urnas das manifesta��es de rua iniciadas em junho – que podem se refletir no aumento do n�mero de votos brancos e nulos. Todos esses fatores alteram o chamado quociente eleitoral, que � o n�mero de votos necess�rios para que um partido garanta uma cadeira no Parlamento.
Entre as elei��es de 2010 e 2014, contudo, h� muitas incertezas que impactam o pleito. Que �nimo esperar do eleitorado no ano que vem, ap�s as manifesta��es de junho, � uma quest�o que atormenta os presidentes das legendas. “Acho que vai haver um crescimento grande de votos brancos e nulos. Nas redes sociais j� h� uma campanha nesse sentido se n�o for feita a reforma pol�tica”, afirma Saraiva Felipe, presidente do PMDB.
Como n�o houve reforma pol�tica – nem quest�es como o fim das coliga��es partid�rias dever�o ser apreciadas –, se aumentarem os votos brancos e nulos cair�o os votos v�lidos e, com eles, o quociente eleitoral. Ou seja, partidos pol�ticos precisar�o de menos votos nominais e de legenda para eleger um parlamentar. A tend�ncia de queda do quociente eleitoral se acentuar� se, aliado ao encolhimento dos votos v�lidos para as elei��es legislativas, for confirmado pelo Supremo Tribunal Federal o aumento de 77 para 79 cadeiras na Assembleia Legislativa e de 53 para 55 o porte da bancada federal mineira.
“A insatisfa��o poder� aumentar a absten��o, os brancos e nulos. Fazemos proje��es, mas tem um qu� de loteria”, afirma o presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana. Como par�metro de largada, alguns partidos est�o optando por estimar o quociente eleitoral do ano que vem projetando o crescimento m�dio do eleitorado de 4% e ignorando as vari�veis de incerteza. O PR fez isso. A Executiva estadual da legenda indica um quociente eleitoral para a Assembleia Legislativa de 142 mil votos. Por esse ponto de partida, avaliando o potencial de votos os candidatos da chapa, o PR trabalha para atrair nomes que lhe garantam um desempenho eleitoral na elei��o de deputados estaduais melhor do que em 2010, quando foi eleito apenas um parlamentar: Deir� Marra.
Saiba mais
Quociente eleitoral
O quociente eleitoral � calculado a partir da soma de todos os votos nominais dados aos candidatos e legendas nas elei��es para deputado estadual ou federal dividida pelo n�mero de cadeiras a serem preenchidas naquela elei��o.
Exemplo
Nas elei��es de 2010 para a Assembleia Legislativa, os votos nominais e de legenda (v�lidos) conferidos a todos os candidatos a deputado estadual somaram 10.487.870. Como s�o 77 cadeiras a preencher, o quociente eleitoral � calculado dividindo -se 10.487.870 por 77. Assim, o quociente foi de 136.206. Um partido pol�tico ou coliga��o s� conquistou uma cadeira em 2010 se a sua chapa de candidatos a deputado estadual alcan�ou o quociente eleitoral. Se obteve duas vezes o quociente eleitoral, teve garantidas duas cadeiras. Se conquistou tr�s vezes o quociente eleitoral, garantiu tr�s cadeiras e assim sucessivamente. Assumiram essas cadeiras os candidatos com mais votos.