Bras�lia - O Minist�rio P�blico Federal investigar� a suspeita de que uma entidade financiada pelo Minist�rio do Trabalho pagava militantes do PDT de Santa Catarina por servi�os prestados ao partido. Em depoimento ao Estado, um ex-dirigente da legenda afirmou que o esquema foi montado em 2008 pelo atual ministro da pasta, Manoel Dias (PDT-SC), na �poca presidente do diret�rio catarinense e secret�rio-geral da sigla.
Auditoria da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) mostra que a Ag�ncia de Desenvolvimento Regional do Vale do Rio Tijucas e Itaja� Mirim (ADRVale) “contratou” 55 pessoas sem comprovar que elas, de fato, trabalharam em conv�nio de R$ 6,9 milh�es com a pasta. Ao menos 17 s�o ou eram filiadas ao PDT-SC. A lista inclui Andr� Tom� Igreja, nomeado por Manoel Dias para um cargo no minist�rio, e Roger Minotto, irm�o do chefe de gabinete do ministro, Rodrigo Minotto.
Dinheiro vivo
Delator do suposto esquema, John Sievers Dias, que presidiu a Juventude do PDT em Santa Catarina em 2012 e ainda � filiado ao partido, recebeu pagamentos mensais, por meio de dep�sitos feitos na boca do caixa. Ao Estado, ele entregou seis comprovantes banc�rios que, segundo relata, foram feitos pela ADRVale por servi�os que, na verdade, prestou � Universidade Leonel Brizola. Bra�o da sigla para a forma��o da milit�ncia, a institui��o � mantida por funda��o hom�nima, comandada por Manoel Dias.
Os valores, que variam de R$ 800 a R$ 1.335, foram depositados entre fevereiro e agosto de 2008 numa conta mantida por Sievers em ag�ncia do antigo Banco do Estado de Santa Catarina, mais tarde incorporado pelo Banco do Brasil.
Chefiada por dois ex-pedetistas, a ADRVale, hoje inativa, recebeu R$ 11,3 milh�es do Minist�rio do Trabalho na gest�o de Carlos Lupi (PDT-RJ), aliado pol�tico de Manoel Dias, para qualifica��o de trabalhadores. A CGU aponta diversas irregularidades nos conv�nios.
A ADRVale e Manoel Dias negam o esquema. Em nota, a Juventude do PDT desqualificou o relato de Sievers, classificando-o como “pessoa fragilizada”. “A t�tica � desmoralizar.
Assistem a injusti�as de camarote e acham tudo normal”, rebateu ontem o delator.
Sievers disse que, al�m dele, outro pedetista, F�bio Machado, foi indicado por Manoel Dias para receber “sal�rio” da ADRVale. Ontem, Machado falou por telefone, mas, questionado sobre o que fazia como auxiliar administrativo, disse n�o se lembrar. “Isso faz quatro anos. Tenho de me recordar.”
E defendeu Manoel Dias: “Me sinto lisonjeado por conhec�-lo e n�o tive nenhuma decep��o com ele”. Tom� Igreja desligou o telefone quando o rep�rter se apresentou e n�o respondeu a e-mail enviado ontem. A assessoria do Trabalho tamb�m n�o respondeu a e-mail com questionamentos a Manoel Dias e seu chefe de gabinete.