PF executa opera��es Elementar e Miqueias de forma simult�nea

Bras�lia - A Opera��o Elementar est� entre as vertentes de investiga��o da Opera��o Miqueias. As duas est�o sendo executadas nesta quinta-feira pela Pol�cia Federal (PF) para prender uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro, com origem em crimes como desvio de dinheiro p�blico, corrup��o, peculato e tr�fico de drogas. As duas organiza��es criminosas envolvidas eram chefiadas pelos mesmos integrantes. Por esse motivo, as opera��es tiveram de ser feitas de forma simult�nea.

De acordo com os investigadores, a quadrilha lavou cerca de R$ 300 milh�es, dinheiro de origem criminosa. Desses, R$ 50 milh�es tiveram como origem a m� aplica��o intencional de recursos de fundos de investimentos do Regime Pr�prio de Previd�ncia Social administrados por prefeituras. O golpe inclu�a a compra de pap�is de t�tulos podres de empresas pr�ximas � fal�ncia ou sem condi��es de arcar com os vencimentos. As autoridades envolvidas, respons�veis pela gest�o desses fundos, recebiam uma parcela do valor aplicado nos t�tulos podres.

Entre as prefeituras envolvidas no caso est�o as de Manaus, Ponta Por� e Murtinho (MS), Queimados (RJ), Formosa, Caldas Novas, Cristalina, �guas Lindas, Itabera�, Pires do Rio e Montividiu (GO), de Jaru (RO), Barreirinhas, Bom Jesus da Selva e Santa Luzia (MA).

De acordo com o superintendente da PF no Distrito Federal, delegado Marcelo Mosele, “as chefias das duas organiza��es criminosas estavam sediadas em Bras�lia”, cidade onde vivem quatro policiais e dois delegados da Pol�cia Civil investigados, bem como lobistas e doleiros que participaram do esquema. A PF n�o informou quais deles seriam os chefes da quadrilha.

Nos casos que envolveram recursos de fundos de investimentos do Regime Pr�prio de Previd�ncia Social, os investigadores identificaram que havia “uma ger�ncia muito grande dos prefeitos” na aplica��o dos fundos que, em geral, s�o geridos por pessoas nomeadas por eles. Para fazer a lavagem de dinheiro, foram usados mais de 30 empresas de fachada e 35 laranjas. O dinheiro era sacado por 11 pessoas – sete costumazes e quatro habituais.

Coordenadora da Opera��o Miqueias, a delegada federal Andrea Pinho disse que at� o momento foram feitas 17 pris�es: 14 em Bras�lia, uma em Goi�s e duas no Rio de Janeiro. Ao todo, foram escalados mais de 300 policiais para cumprir 102 mandados judiciais, sendo 75 mandados de busca e apreens�o, cinco pris�es preventivas e 22 pris�es tempor�rias em dez unidades federativas: o Distrito Federal, S�o Paulo, o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goi�s, o Maranh�o, o Amazonas e Rond�nia.

“S� no DF cumprimos 38 mandados de busca e tivemos cinco carros de valor consider�vel e uma moto apreendidos. Tanto a quadrilha que fazia lavagem de dinheiro quanto a que aplicava o golpe nos [fundos] previdenci�rios tinham os mesmos l�deres, detentores de um patrim�nio valios�ssimo que inclu�a uma lancha de aproximadamente R$ 5 milh�es, lojas e carros de luxo, entre eles uma Ferrari”, disse a delegada. Segundo ela, a lancha apreendida “� provavelmente uma das maiores a circular no Lago Parano�”, em Bras�lia.

A Opera��o Elementar � uma sequ�ncia da Opera��o Tucunar�, feita em 2008. Nela, a Pol�cia Civil investigou lavagem de dinheiro e evas�o de divisas por doleiros. Na �poca, a Pol�cia Federal participou das investiga��es, durante as quais foi gravada conversa entre o doleiro Fayed Trabously e o policial aposentado Marcelo Toledo Watson, um dos investigados na Opera��o Caixa de Pandora.