
A ex-senadora Marina Silva come�ou a semana decisiva para o futuro pol�tico reunida com a Executiva da Rede a fim de articular estrat�gias para que o partido receba o maior n�mero poss�vel de filia��es at� sexta-feira. Com um discurso de que a legenda representa um novidade no cen�rio pol�tico, ela contestou a declara��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, em entrevista aos Di�rios Associados, de que ela deveria assumir que a Rede ser� um partido tal como os outros, e n�o uma rede. Ex-filiada ao Partido dos Trabalhadores, ela lembrou que o PT sofreu cr�ticas semelhantes quando foi criado na d�cada de 1980. “Diziam que n�s �ramos um partido que estava desconfigurando os partidos de esquerda. Era muito dif�cil convencer as pessoas de que naquela �poca o PT era uma atualiza��o da pol�tica para um novo sujeito pol�tico que estava surgindo”, afirmou a ex-senadora.
No primeiro parecer sobre a cria��o da Rede enviado h� 10 dias ao TSE, o vice-procurador-geral eleitoral, Eug�nio Arag�o, manifestou-se contra a cria��o da legenda pelo fato de a sigla n�o ter obtido a quantidade m�nima de assinaturas. Marina passou o dia de ontem na sede provis�ria da Rede, em Bras�lia, onde definiu a realiza��o de um ato simb�lico em apoio � cria��o da legenda, marcado para as 17h de hoje, na Pra�a dos Tr�s Poderes. “Queremos dar corpo e alma �quilo que estamos verbalizando e �quilo que estamos documentando junto � Justi�a em rela��o � perda dos prazos, � falta de par�metro, �s anula��es injustas de 95 mil assinaturas”, explicou a ex-senadora, que deve se reunir hoje com a presidente do TSE, C�rmen L�cia. A audi�ncia foi pedida ontem por Marina, que j� se reuniu com a maioria dos sete ministros da Corte eleitoral.
Diante do curto prazo para a filia��o de pol�ticos � nova legenda, a Rede j� organiza fichas de futuros integrantes. De acordo com n�meros parciais, a sigla conta com 3,5 mil pr�-filiados, dos quais cerca de 50% devem se candidatar a cargos eletivos em 2014 se a legenda conseguir o registro.
Alta rejei��o no ABC
De todos os col�gios eleitorais do pa�s, a Rede enfrenta a maior rejei��o de assinaturas nos cart�rios do ABC Paulista, ber�o pol�tico do PT (veja quadro). Na 414ª Zona Eleitoral, de S�o Bernardo, o �ndice de invalida��o chega a 78%, com a recusa de 700 entre as 897 assinaturas entregues. A pr�-candidata ao Planalto em 2014 evita falar em interfer�ncia pol�tica no trabalho da Justi�a, mas afirma que o n�mero superior de rejei��o no local “� um comportamento completamente at�pico”, na compara��o com a m�dia nacional de 24%. Os altos �ndices se repetem em Mau� e Santo Andr�. Nos tr�s munic�pios, as prefeituras s�o lideradas pelos petistas, respectivamente, Luiz Marinho, Donisete Braga e Carlos Grana.
Marina Silva afirmou nessa segunda-feira causar “estranheza” o ABC contar com um �ndice de invalida��o de 53%, em m�dia, superior aos 35% de S�o Paulo. “Obviamente isso � algo para ser avaliado. Mas n�o podemos fazer nenhum tipo de ila��o. O que n�s queremos � uma repara��o”, afirma.
Os chefes dos cart�rios das cidades citadas se negaram a falar com a reportagem. O Tribunal Regional Eleitoral de S�o Paulo (TRE-SP), por meio de assessoria de imprensa, negou que o fato tenha a ver com press�es pol�ticas. “O trabalho nos cart�rios � feito de forma burocr�tica e com muito zelo”, afirmou.