
O presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da Uni�o (Sindilegis), Nilton Paix�o, apontado por uma ala do PDT como um dos respons�veis pelo vazamento de dados dos filiados para preenchimento de fichas falsas de apoio ao partido Solidariedade, tem la�os estreitos com a sigla formalizada na semana passada. Em v�deo gravado durante evento do PSB em Bras�lia, a mestre de cerim�nia do encontro chama Nilton Paix�o para compor a mesa e o classifica como “representante do Solidariedade”.
Levantamento realizado no Cart�rio Eleitoral da 14ª Zona, na Asa Norte, apontou que, dos 589 nomes registrados como apoiadores, 525 s�o de servidores da C�mara, do Senado ou do TCU. Muitos deles s�o filiados ao Sindilegis e afirmam que n�o assinaram ficha alguma. Na edi��o de ontem, o Correio denunciou que at� um servidor do Senado morto em 2006 aparece como apoiador.
A rela��o de proximidade entre Nilton Paix�o e o deputado federal Paulinho da For�a (ex-PDT-SP), fundador do Solidariedade, � conhecida no meio sindical. Em 22 de abril deste ano, Nilton foi eleito secret�rio-geral da For�a Sindical no Distrito Federal, conforme comprova o site da entidade. No in�cio de 2011, o Sindilegis chegou a se filiar � For�a Sindical. Logo em seguida, ap�s press�o de alguns integrantes que n�o teriam sido avisados, o ato foi desfeito.
Na tarde dessa quinta-feira, novos servidores do Congresso filiados ao Sindilegis foram pegos de surpresa ao perceber que estavam entre os apoiadores do Solidariedade. O editor da R�dio Senado Ant�nio Carlos Lopes Buriti disse que vai acionar a Justi�a. “Estou profundamente indignado. Trata-se de um ato invasivo, constrangedor e criminoso. Isso � uma fraude. Dados privados foram utilizados sem consentimento para a cria��o de um partido. Eu sou filiado ao PSol e serei candidato a deputado distrital nas pr�ximas elei��es. Como fica a minha situa��o? O cart�rio eleitoral aceitou essa fraude”, desabafa.
A servidora do TCU Aldair Pereira Costa da Cunha tamb�m descobriu ontem que havia “assinado” a ficha partid�ria da nova agremia��o, chancelada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada. “Estou perplexa. Meu nome consta na lista dos apoiadores. Em momento algum, assinei ou passei procura��o para algu�m. Enviei um e-mail ao Sindilegis solicitando esclarecimento sobre o fato”, afirmou.
Nega��o e elogio
Por meio de nota, a entidade sindical negou que Nilton Paix�o tenha qualquer vincula��o com o Solidariedade. “O presidente do Sindilegis n�o � nem ser� filiado a nenhum partido pol�tico enquanto durar seu mandato. Sua atividade sindical tem como objetivo exclusivo defender os interesses dos servidores p�blicos representados pelo sindicato.” No mesmo comunicado, h� um elogio ao criador do Solidariedade: “O deputado federal Paulinho da For�a tem o respeito dos filiados, funcion�rios e diretores do Sindilegis por ter relatado os Planos de Carreira dos Servidores da C�mara dos Deputados e do Tribunal de Contas da Uni�o”.
O Sindilegis rebateu a acusa��o de que tenha vazado os dados e alegou que, “das seis informa��es necess�rias para o preenchimento de uma ficha de apoio � cria��o de um partido, quatro delas (n�mero do T�tulo de Eleitor, zona eleitoral, n�mero da se��o e nome da m�e do apoiador) dizem respeito a dados que a entidade n�o possui nem nunca possuiu em seus arquivos”.