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Estado de Minas

"N�o sou militante do PSB", diz Marina em entrevista exclusiva

Ex-senadora chama alian�a com Eduardo Campos de program�tica e evita falar em ser candidata a vice-presidente


postado em 09/10/2013 06:00 / atualizado em 09/10/2013 07:17

"Se eu me resignasse, como parte da milit�ncia da Rede achava, eu ia apanhar" (foto: Carlos Moura/CB/D.A Press)

Ao contr�rio da garantia dada por aliados do PSB e da Rede, Marina Silva evita confirmar que ser� candidata a vice-presidente na chapa encabe�ada pelo governador de Pernambuco e presidente do partido socialista, Eduardo Campos. Ao longo de uma entrevista de 50 minutos aos Di�rios Associados na tarde dessa ter�a-feira, a ex-senadora disse que a alian�a � “program�tica”. A quest�o eleitoral apenas dever� ser tratada no ano que vem. “Neste momento, eu achava que tinha de marcar posi��o. Uma candidatura que eu achava que poderia se comprometer com esses ideais e essas propostas poderia ser a dele (Eduardo Campos), ent�o a Rede gostaria de fazer uma alian�a, reconhecendo que ele j� havia lan�ado a candidatura, reconhecendo que ele deveria se comprometer na elabora��o de uma alian�a program�tica. Ele ficou muito surpreso com isso”, contou. Marina afirmou que a uni�o com Campos n�o foi uma vingan�a contra o PT e os governistas, mas o que ela definiu como um ato de leg�tima defesa da esperan�a. “Acredito que � poss�vel fazer um realinhamento hist�rico”, disse, referindo-se � disputa hegem�nica entre petistas e tucanos nas �ltimas elei��es.

A senhora teme que a decis�o de se unir ao PSB possa ser interpretada como um abandono do sonho pelo pragmatismo?

(sil�ncio). N�o! Acho que nunca vi nada mais “sonh�tico” do que isso. Algu�m que tem 20% poderia ir para outro partido e fazer uma candidatura, em nome de um projeto pol�tico se propor a adensar uma candidatura j� posta. � preciso um esfor�o muito grande para chamar isso de pragmatismo. Eu chamo de desprendimento. Nos recolher na nossa posi��o de v�timas era, sem sombra de d�vida, a posi��o mais confort�vel. Mas, para mim, seria imperdo�vel.

E ser candidata por outra legenda?

Ir para uma candidatura, mesmo sendo pelo PPS, por mais que nos esfor��ssemos para mostrar que nos foi cassado pelos cart�rios o direito de ser um partido legal, demandaria um esfor�o muito grande para provar que n�o somos apenas um grupo de eleitoreiros.

Quando a senhora fala em desprendimento, � deixar claro que a senhora vai ser vice do Eduardo?

N�o. Estou deixando claro que houve desprendimento de n�o ir para um partido onde eu seria a candidata.

E como est� a quest�o de a senhora ser vice?

O Eduardo tem a candidatura dele, est� posta e n�s n�o conversamos sobre isso. Conversamos sobre a rela��o entre dois partidos que queriam fazer essa intera��o.

Ent�o � poss�vel a senhora ser candidata a presidente como cabe�a de chapa do PSB?

O que diz que isso pode ser poss�vel? N�s n�o discutimos isso. O Eduardo � candidato, eu n�o poderia chegar e dizer: “Olha, Eduardo, os cart�rios atrasaram, eu me esforcei para ded�u, mas n�o deu certo. Agora d� licen�a, que eu vou ser candidata”. Talvez neste momento, nessa hist�ria de que os an�es se destruiriam na autofagia, talvez seja o contr�rio, os an�es tenham se juntado na perspectiva de construir o Brasil. (O marqueteiro de Dilma, Jo�o Santana, declarou que os opositores da presidente n�o iriam chegar ao segundo turno das elei��es de 2014, pois seriam um grupo de "an�es que se destruiriam numa autofagia", antes de a Rede anunciar a alian�a com o PSB.)

Os nomes de voc�s dois v�o ser testados at� o momento da decis�o. A senhora mantendo esse percentual de votos e o Eduardo mantendo percentual menor n�o vai ficar muito dif�cil o Eduardo sair presidente e a senhora vice?

O Eduardo tem um partido, ele lutou para viabilizar uma candidatura, a minha filia��o � transit�ria para estabelecer uma discuss�o program�tica. N�s n�o discutimos o lugar que eu iria ocupar em termos eleitorais. Discutimos o lugar que eu iria ocupar em termos program�ticos. � isso que estamos fazendo agora. A candidatura do Eduardo est� posta, essa discuss�o vamos fazendo dentro do processo � medida que essa alian�a prospere. O que Eduardo sinalizou naquele dia � que isso ser� discutido l� na frente. Estou aqui para ajudar, se essa alian�a prosperar, a instituir a sua candidatura.

Durante o processo de cria��o da Rede, a senhora usou uma met�fora dizendo que n�o poderia ir para o altar com um noivo prestando aten��o no vizinho, referindo-se � inexist�ncia de um plano B. Qual a imagem dessa alian�a com o PSB? Os olhos azuis do vizinho influenciaram a decis�o?

N�o s�o azuis, s�o verdes. Mas prefiro os olhos cor de mel do F�bio (F�bio Vaz de Lima, marido de Marina). Gosto muito das met�foras. Naquele momento as pessoas diziam que eu tinha plano B, mas eu estava apaixonada pelo plano A. N�o podia pensar em plano B porque isso enfraqueceria nosso processo. Neste momento, se j� tem outro casamento, o meu n�o deu certo e esse casamento pode ser mais bem celebrado e festejado se eu me propuser a ser testemunha, mesmo com o cora��o doendo, por que n�o posso ser testemunha?

Como foi essa constru��o pol�tica para voc�s migrarem para o PSB?

� um mecanismo de filia��o democr�tica transit�ria, hist�rica dos partidos de esquerda. Eu me filiei e algumas pessoas que v�o ser candidatas est�o se filiando. Mas n�s n�o somos militantes do PSB. N�s somos membros da Rede.

A senhora mostrou a sua irrita��o em rela��o � n�o concess�o do registro do partido. Foi uma rea��o com �dio?

Indigna��o n�o � �dio. S� as pessoas que amam s�o capazes de se indignar. S� as pessoas que amam e respeitam a justi�a s�o capazes de se indignar com a injusti�a.

A senhora n�o agiu com o f�gado?

De jeito nenhum. Com o f�gado que eu tenho? Cinco mal�rias, tr�s hepatites eu n�o tenho f�gado para enfrentar ningu�m.

Mas teve que escolher um plano B.

Estavam postas duas op�es. Se eu me resignasse, como parte da milit�ncia da Rede achava, eu ia apanhar. Seria um ato de imaturidade e ir�amos pagar um pre�o por isso. Ao mesmo tempo, assumir um outro partido seria pagar o pre�o de ouvir: “Viu, � igual a todo mundo”, � eleitoralismo puro. Ia sangrar na coxia.

Um pouco dessa indigna��o se voltou contra o PT?

N�o se voltou contra o PT. Se encaminhou em ato de leg�tima defesa da esperan�a, porque a esperan�a n�o pode morrer. O que era mais potente para combater essa ideia do que todos acharem que eu estava eliminada da pista? Por isso, n�o tem nada a ver com vingan�a, isso aqui � um ato de leg�tima defesa da esperan�a.

Quanto do seu capital pol�tico poder� migrar para esse projeto pol�tico de coliga��o?

Voto n�o se transfere. Eu acho uma falta de respeito tratar o eleitor como se fosse uma propriedade das lideran�as e dos partidos. Voc� tem que passar por um processo de convencimento. Cabe a ele (Eduardo) e seus aliados aprofundar essa aproxima��o program�tica com a Rede.

Dizem que a senhora e o Campos s�o centralizadores nas tomadas de decis�o. Isso n�o pode causar atrito nessa nova uni�o?

Eu gostaria de saber de onde vem essa afirma��o de que eu sou centralizadora na tomada de decis�o.

O Alfredo Sirkis disso isso.

Eu vejo uma contrariedade nessa afirma��o do Sirkis. Ele disse que eu tenho um modelo ca�tico, que junta todo mundo para discutir e isso � totalmente incompat�vel com algu�m que toma a decis�o e nunca compartilha. Ele tem que decidir o que eu sou.


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