Bras�lia – A pol�mica sobre quem ser� o cabe�a de chapa na alian�a entre o PSB e a Rede e quais s�o os ganhos eleitorais herdados pelo presidente do partido socialista e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ap�s a parceria com Marina Silva, reacendeu o questionamento sobre quanto vale o segundo posto em uma coliga��o. O tema � t�o delicado que entre os principais pr�-candidatos ao Planalto em 2014, apenas a presidente Dilma Rousseff sinaliza defini��o, e deve repetir a alian�a com Michel Temer, do PMDB. J� a chapa do tucano A�cio Neves segue indefinida.
“A primeira miss�o de um vice � n�o atrapalhar. Em alguns casos, eles at� ajudam, mas isso ocorre em uma segunda etapa”, brincou o senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Desde a redemocratiza��o, em 1985, o Brasil j� teve cinco vice-presidentes. Dois deles, Jos� Sarney e Itamar Franco, acabaram assumindo o Planalto. Os demais foram escolhidos por raz�es distintas e espec�ficas.
O debate atual envolve a alian�a de Marina e Eduardo. Para o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, a entrada da ex-senadora na chapa traz para o campo dos socialistas o discurso ambiental, que sempre ficou em segundo plano nos debates program�ticos, al�m de aumentar a influ�ncia da candidatura no eleitorado urbano. “N�o podemos esquecer que Marina tamb�m representa o eleitor que n�o est� satisfeito com o modo atual de fazer pol�tica”, completou Amaral.
O senador assegura que tem conversado com poss�veis eleitores da Rede que est�o desiludidos com a decis�o de Marina e n�o pretendem votar em um candidato que n�o conhecem. Raupp lembra que, no caso do PMDB, a decis�o da presidente Dilma em compor uma chapa com Michel Temer agregou votos � petista, mas de maneira indireta. “O PMDB � o partido com maior capilaridade no pa�s, com o maior n�mero de prefeitos e o maior n�mero de vereadores, potenciais cabos eleitorais”, refor�ou. Pesou tamb�m na alian�a PT-PMDB a preocupa��o com a governabilidade. Por ter sido duas vezes presidente da C�mara, Temer era enxergado pelos petistas como algu�m estrat�gico para as articula��es com a C�mara e com a maior legenda do Congresso.
Mensal�o
No caso da campanha presidencial de Luiz In�cio Lula da Silva em 2002, a escolha de Jos� Alencar foi fundamental para acalmar o setor produtivo do pa�s, que ficou em alerta com a iminente chegada ao poder do ex-sindicalista. No entanto, devido ao desgaste sofrido com o mensal�o, Lula chegou a cogitar, em 2006, a alian�a com o PMDB. Mas continuou com Alencar, a quem at� hoje se refere como o melhor vice que algu�m poderia ter.
“Duvido que, no mundo, exista algu�m que tenha tido um vice-presidente da qualidade do que eu tive”, afirmou na ter�a-feira da semana passada, durante a filia��o de Josu� Gomes — filho de Alencar — ao PMDB. “Escolher Alencar foi bom para Lula e para o pa�s, um sinal de que o PT n�o colocaria fogo no circo”, disse o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
Fernando Henrique Cardoso, antecessor de Lula, tamb�m escolheu o vice, o pernambucano Marco Maciel (ex-PFL, hoje no DEM), por uma quest�o espec�fica: trabalhar a candidatura perante o eleitorado nordestino.
Os vices desde a redemocratiza��o
1985-1989
Presidente: Tancredo Neves
Vice: Jos� Sarney
Tancredo passou mal na v�spera da posse, morreu em 21 de abril e Sarney assumiu a Presid�ncia da Rep�blica
1990-1994
Presidente: Fernando Collor de Mello
Vice: Itamar Franco
Collor sofreu o impeachment em 1992 e Itamar foi al�ado ao Planalto
1995-2002
Presidente: Fernando Henrique Cardoso
Vice: Marco Maciel
A escolha do pernambucano Marco Maciel, do PFL, foi importante para o PSDB ganhar capilaridade no Nordeste
2003-2010
Presidente: Luiz In�cio Lula da Silva
Vice: Jos� Alencar
Alencar fez a ponte com o empresariado e tranquilizou o setor produtivo quanto � elei��o do petista
2011-atualmente
Presidente: Dilma Rousseff
Vice: Michel Temer
Dilma escolheu Michel Temer, do PMDB, em busca de governabilidade