A presidente Dilma Rousseff pretende usar cerca de 12 vagas deixadas por ministros que v�o disputar as elei��es em 2014 para amarrar o apoio do PP, PTB e PSD a seu projeto de reelei��o. A reforma dever� ser feita no fim de dezembro ou em janeiro.
A estrat�gia � considerada fundamental para neutralizar a capilaridade do PSDB, do senador A�cio Neves (MG), e do PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, agora apoiado pela ex-ministra e ex-senadora Marina Silva.
O governo n�o descarta que o PMDB, numa reforma ministerial, possa ceder mais espa�o para partidos que ganharam mais import�ncia com o troca-troca protagonizado por parlamentares at� o �ltimo dia 5.
Em nome do fortalecimento da chapa Dilma-Michel Temer est� sendo discutida dentro do Pal�cio do Planalto a possibilidade de o PMDB abrir m�o de alguma das pastas que comanda para ajudar a recompor o jogo partid�rio na m�quina.
O senador Jos� Sarney (PMDB-AP), que j� n�o � mais presidente do Senado, ainda ostenta duas indica��es ministeriais e poderia abrir m�o de uma delas. Com a sa�da de seu apadrinhado Gast�o Vieira do Turismo para disputar o Senado pelo Maranh�o, a pasta pode ser repassada ao PP.
Flerte do PP
O interesse de Dilma em evitar o rompimento com o PP e sufocar o flerte do partido com o PSDB foi potencializado pelo crescimento da bancada do partido no Congresso, que chegou a ter 37 deputados federais e agora det�m 44. Isso significa, numa alian�a formal, mais tempo de TV para emprestar ao futuro coligado. Influente no PP, o senador Francisco Dornelles (RJ) - presidente de honra do partido - � tio do tucano A�cio Neves. O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), por�m, � fiel aliado de Dilma.
Al�m de aumentar a influ�ncia do PP em seu governo, Dilma estuda recompensar com um minist�rio mais “vistoso” o PSD, do ex-prefeito de S�o Paulo Gilberto Kassab. Atualmente a sigla ocupa a rec�m-nascida pasta da Micro e Pequena Empresa, comandada por Guilherme Afif.
Kassab prometeu ser fiel � candidatura de Dilma. Deixou claro, ainda, que se o PSD formalizar o apoio � reelei��o da petista � “natural” que ocupe cargos no minist�rio. Mas Dilma espera receber a fatura da fidelidade, sobretudo contando com o apoio de Kassab em S�o Paulo.
Mudan�a de rumo
Desta vez, a necessidade de manter mais aliados na coaliz�o tem a ver com as vota��es no Congresso. O governo considera que em 2014 n�o haver� vota��es t�o impactantes para o Pal�cio do Planalto e que as elei��es v�o esfriar a agenda do Legislativo.
A busca por uma base ampla vai contra sinais expressados pelo governo no auge da crise entre o Executivo e o Legislativo, no primeiro semestre do ano. Para conter o fisiologismo de aliados que estariam exigindo demais e cooperando pouco com o governo, discutia-se para 2014 uma coliga��o mais enxuta e coerente. Na �poca, os petistas estavam animados com a alta popularidade da presidente.