Bras�lia - Quando a reuni�o da bancada do PSDB no Congresso, realizada nessa quarta-feira em Bras�lia, entrou na pauta sobre a montagem de palanques regionais duplos entre candidatos tucanos e o PSB do governador pernambucano Eduardo Campos, que deve disputar � Presid�ncia em 2014, um deputado paulista famoso por suas frases de efeito saiu-se com essa: “Palanque duplo � coisa de corno”.
No estado governado pelo PSDB h� quase 20 anos, o governador Geraldo Alckmin articula uma dobradinha com o PSB que pode incluir a realiza��o de uma campanha casada.Os tucanos paulistas lembram que, nas disputas presidenciais anteriores, as campanhas em Minas Gerais foram marcadas por alian�as informais entre A�cio Neves e o PT.
O movimento ficou conhecido como “Lul�cio” em 2006 e “Dilmasia” em 2010, quando o tucano Antonio Anastasia elegeu-se governador e Dilma Rousseff presidente.
O PSDB de S�o Paulo e o Pal�cio dos Bandeirantes evitam tratar desse tema abertamente para n�o melindrar o senador mineiro, mas n�o escondem que a prioridade total � incluir a legenda de Campos no arco de alian�as do governador paulista.
“O A�cio vai ter que engolir esse sapo”, diz um dirigente tucano. A avalia��o � que Alckmin n�o pode correr o risco de o PSB lan�ar um candidato pr�prio que reforce a artilharia contra o governador na TV e nos debates.
“As realidades regionais nem sempre s�o alinhadas com o quadro nacional. Como n�o h� verticaliza��o, n�o h� obrigatoriedade de alinhamento”, reconhece o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro e aliado de A�cio.
O alcance da “dobradinha”, que j� come�a a ser batizada de “Geduardo” (Geraldo + Eduardo), preocupa o comando nacional tucano. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos ao governo estadual podem aparecer nos materiais de campanha de mais de um candidato presidencial, j� que n�o existe a regra da verticaliza��o.
Isso significa que Eduardo Campos pode surgir no meio da propaganda dos deputados da chapa tucana no espa�o reservado ao PSB. E tamb�m em adesivos, banners e panfletos ao lado de Geraldo Alckmin.
A tese de palanque duplo para atrair o partido do governador de Pernambuco n�o � consensual no PSDB. “Defendo que o partido lance uma chapa pura para o governo. Sou contra o palanque duplo”, afirma o ex-deputado Milton Fl�vio, presidente do PSDB paulistano.
Ciente de que teria dificuldades para estruturar a campanha em S�o Paulo, A�cio j� buscava abrir espa�os alternativos ao Pal�cio dos Bandeirantes muito antes de Campos surgir como advers�rio direto, aproximando-se de pol�ticos do PSDB no interior paulista. Se o mineiro for derrotado em 2014, Alckmin desponta, se reeleito, como nome natural ao Planalto em 2018.