Bras�lia - Pressionado pelo cen�rio da sucess�o presidencial que desenha uma disputa pelo segundo colocado com chances de enfrentar a presidente Dilma Rousseff, o senador A�cio Neves (MG), prov�vel candidato do PSDB, reuniu nessa quarta-feira a bancada do partido na C�mara e afirmou n�o concordar que governadores e candidatos tucanos fa�am campanha para o governador Eduardo Campos (PSB) em eventuais palanques duplos.
Na semana em que o nome de Campos ganhou superexposi��o por conta da filia��o de Marina ao PSB e o apoio da ex-ministra � eventual candidatura do pernambucano, A�cio estava em Nova York. O tucano fez uma palestra a convite do Banco Pactual e tamb�m estava em lua de mel. Ao lado de Marina, Campos viu seu nome crescer quase 10 pontos porcentuais na pesquisa Datafolha. O pernambucano alcan�ou 15% das inten��es de votos; A�cio tem 21%.
O encontro reservado de ontem, um almo�o de mais de duas horas, reuniu 44 dos 46 deputados federais tucanos. A�cio disse que para o PSDB aparecer como alternativa ao PT � preciso apresentar propostas de um novo modelo de pol�tica econ�mica que gere mais crescimento. Al�m disso, os tucanos teriam de citar mais as experi�ncias que tiveram no governo federal, Estados e prefeituras. “O PSDB � quem re�ne as melhores condi��es, os melhores quadros e a ousadia para dar um rumo novo ao Brasil”, afirmou.
Segundo relatos dos parlamentares, A�cio observou que o cen�rio eleitoral caminha para uma disputa em dois turnos que � preciso ter regras claras nos palanques duplos em negocia��o com o PSB para que governadores e candidatos tucanos n�o fa�am campanha para Campos. “Essa quest�o precisa ser colocada com maior clareza. Os acordos v�o seguir a l�gica regional, mas os candidatos do PSDB apoiar�o a candidatura nacional do PSDB”, disse o mineiro, conforme relatos.
‘Coisa de corno’
A�cio foi claro: disse que n�o gostaria de ver um governador do partido num com�cio de Campos. Na vis�o dele, somente pol�ticos do PSB receberiam o governador de Pernambuco. O tema gerou debate e um deputado paulista provocou gargalhadas ao explicitar a trai��o t�pica deste tipo de acordo: “Palanque duplo � coisa de corno”. Entre as possibilidades de chapas conjuntas est�o os dois maiores col�gios eleitorais do Pa�s, S�o Paulo e Minas.
Apesar do duelo com Campos, A�cio quer evitar ataques direitos ao governador de Pernambuco. Instado por deputados a atacar o discurso do “novo” da alian�a Campos-Marina, recomendou serenidade, lembrando que precisar� de apoio em eventual segundo turno.
“O relevante nesta pesquisa (Datafolha) � que mais de 60% da popula��o n�o quer votar na atual presidente. Estou convencido de que o candidato que for para o segundo turno vencer� as elei��es (...) Quem tem as maiores condi��es � o PSDB”, disse A�cio a jornalistas, ap�s a reuni�o. Tamb�m em entrevista, ele observou que as cr�ticas de Marina e Eduardo � pol�tica econ�mica do PT s�o nas mesmas feitas pelos tucanos, que defendem o legado de FHC.