
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PC do B) anunciou com pompa e circunst�ncia no s�bado, 12, que deixaria o governo Dilma Rousseff no fim do ano para disputar o governo paulista. Na quinta-feira passada, reuniu a imprensa para avisar que tinha mudado de ideia.
Nesses cinco dias de dura��o, a brev�ssima candidatura intensificou um ciclo de reuni�es entre dirigentes do PC do B e o n�cleo pol�tico do Pal�cio do Planalto que come�ara h� cerca de um m�s, quando a presidente Dilma Rousseff foi informada da sa�da do ministro.Na ocasi�o, Aldo disse a Dilma que se sentia isolado na defesa da Copa do Mundo no governo e avisou que seria candidato, mas n�o especificou a qual cargo.
A presidente tentou demov�-lo da ideia e prometeu mobilizar seus ministros para rebater as cr�ticas da imprensa e da popula��o sobre o cronograma de obras dos est�dios, d�vidas sobre o legado dessas obras, pre�os dos ingressos, embates com a FIFA e problemas de mobilidade nas cidades, entre tantas outras pol�micas. Aldo n�o mudou de ideia nem depois de receber um telefonema do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
Substituto
Aliado hist�rico do PT, o PC do B passou ent�o a reivindicar a prerrogativa de indicar o sucessor (ou sucessora) do ministro na pasta, que ter� grande visibilidade no ano que vem. Tr�s foram as op��es apresentadas: a senadora do Amazonas Vanessa Grazziotin, o senador cearense In�cio Arruda e a deputada federal ga�cha Manuela D’�vila.
Um dirigente do partido relata que a prefer�ncia do PC do B era por Vanessa, que tinha mais quatro anos de mandato no Senado e n�o corria o risco de ficar “ao relento” como o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, que deixou o cargo em 2011 ap�s suspeitas de corrup��o na pasta, que acabaram arquivadas pela Comiss�o de �tica da Presid�ncia. No ano anterior, Orlando Silva havia desistido de disputar uma vaga na C�mara dos Deputados, a pedido da presidente Dilma, para permanecer no minist�rio.
A presidente sinalizou que aceitaria a indica��o de Vanessa Grazziotin e prometeu que o minist�rio ficaria na cota do PC do B. Enquanto isso, Aldo passou a costurar sua candidatura ao governo de S�o Paulo com a c�pula nacional do partido.
A ideia foi bem recebida. Ainda que n�o se concretizasse, a op��o Aldo serviria como instrumento de press�o para que o ministro da Sa�de, Alexandre Padilha, candidato pelo PT, abrisse uma vaga para o PC do B na chapa majorit�ria - o cargo de vice ou o Senado.
Essa estrat�gia mostrou-se bem sucedida em 2012, quando os comunistas ensaiaram a candidatura do m�sico Netinho de Paula a prefeito, mas desistiram quando emplacaram N�dia Campe�o como vice de Fernando Haddad.
O surpreendente an�ncio da candidatura de Aldo ao governo paulista no domingo pegou Padilha e a presidente Dilma de surpresa. O PT paulista passou, ent�o, a pressionar o PC do B para que recuasse. Caso contr�rio correria o risco de entrar a sozinho na disputa em 2014.
O desfecho da novela aconteceu na quinta-feira no Pal�cio do Planalto. Depois de um encontro entre Dilma, Aldo e o presidente da Federa��o Internacional do Desporto Universit�rio, Claude-Louis Gallien, a presidente pediu que o ministro ficasse na sala.
Ministro da Olimp�ada
Em uma conversa de meia hora, prometeu que ele seria o ministro da Copa e permaneceria no cargo se ela fosse reeleita. Ou seja: ele seria tamb�m o ministro da Olimp�ada de 2016. Aldo Rebelo, ent�o, finalmente cedeu, mas a negocia��o entre o PC do B e o PT em S�o Paulo ainda continua congelada.
“N�o existe alinhamento autom�tico. Temos pontes com o Paulo Skaf (presidente da Fiesp e candidato do PMDB ao governo paulista) e com o Gilberto Kassab (ex-prefeito de S�o Paulo e candidato do PSD). S�o todos candidatos de oposi��o ao governo Geraldo Alckmin”, diz Orlando Silva, presidente do PC do B de S�o Paulo, mantendo o suspense e a amea�a.