S�o Paulo - Novos documentos enviados pela Procuradoria da Su��a ao Brasil h� 20 dias refor�am, segundo investigadores do caso Alstom, suspeitas de corrup��o e pagamento de propina em contratos da multinacional francesa no setor de transportes p�blicos em S�o Paulo. Em e-mail de 18 de novembro de 2004, o ent�o presidente da Alstom no Brasil, engenheiro Jos� Luiz Alqu�res, “recomenda enfaticamente” a diretores da empresa que utilizem os servi�os do consultor Arthur Gomes Teixeira, apontado pelo Minist�rio P�blico como lobista e pagador de propinas a servidores de estatais do setor metroferrovi�rio do governo paulista, entre 1998 e 2003.
“Temos um longo hist�rico de coopera��o com as autoridades do Estado de S�o Paulo, onde fica localizada nossa planta”, escreveu. “O novo prefeito rec�m-eleito participa das negocia��es que v�o nos permitir a reabertura da Mafersa como Alstom Lapa. O atual governador tamb�m participa.”
Na �poca, Jos� Serra acabara de vencer o pleito municipal e o Pal�cio dos Bandeirantes estava sob gest�o de Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. A unidade Alstom Lapa claudicava, em 2004. Com uma carteira minguada de contratos p�blicos e reduzidos investimentos, aquele setor da empresa, na zona oeste da capital, esteve na imin�ncia de cerrar as portas.
Ao pedir empenho a seus comandados, Alqu�res assinala a import�ncia de conquistar novos contratos com o Metr� e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Cita vagamente quatro empreendimentos das estatais. “Tais projetos representam um total de cerca de 250 milh�es de euros”, observa. “Nesse per�odo de mudan�as sofremos duas grandes derrotas em leil�es p�blicos, coisa que n�o ocorria h� anos. Mas ainda podemos ter sucesso nos quatro projetos que o Estado de S�o Paulo vai negociar ou leiloar nas pr�ximas semanas.”
O ent�o presidente da Alstom cita os “amigos pol�ticos do governo” e diz confiar na recupera��o da empresa. “O processo est� avan�ando, come�o a receber mensagens de parceiros em potencial, e, principalmente, dos amigos pol�ticos do governo que apoiei pessoalmente. A Alstom deve estar presente, como no passado.”
Um dos projetos que Alqu�res mirava foi conquistado por um cons�rcio liderado pela Alstom, em 2005 - aditamento a um contrato firmado originalmente em 1995, no valor de R$ 223,5 milh�es, que resultou na compra de 12 trens para a CPTM. O neg�cio tornou-se alvo de a��o por improbidade movida pela promotoria de S�o Paulo, que identificou “grave irregularidade no sexto aditamento, verdadeira fraude � licita��o e desvirtuamento total do contrato inicial”. A investiga��o mostrou aumento de 73,69% no valor da compra.