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Estado de Minas

Suspeito no caso Alstom usou log�stica de Maluf

Suspeito no Caso Alstom transferiu pelo menos US$ 836 mil para a conta Milmar, de sua titularidade, no Credit Su�sse, em Zurique


postado em 21/10/2013 09:07 / atualizado em 21/10/2013 09:15

S�o Paulo - O engenheiro Jo�o Roberto Zaniboni, ex-diretor de opera��es e manuten��o da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em dois governos do PSDB (M�rio Covas e Geraldo Alckmin), entre 1999 e 2003, usou a mesma log�stica e os mesmos agentes empregados pelo ex-prefeito Paulo Maluf (1993-1996) e por empres�rios e investidores do caso Banestado para transferir pelo menos US$ 836 mil para a conta Milmar, de sua titularidade, no Credit Su�sse, em Zurique.

Documentos enviados pelo Of�cio Federal de Justi�a da Su��a para o Brasil revelam passo a passo os caminhos do dinheiro de Zaniboni - o Minist�rio P�blico de S�o Paulo suspeita que o ex-diretor da CPTM recebeu propinas para favorecer a Alstom, multinacional francesa, em contratos de fornecimento e servi�os de revis�o geral de 129 vag�es.

Dois nomes conhecidos dos investigadores integram a estrutura da qual tamb�m se valeu Zaniboni: a casa de c�mbio Lespan, sediada no Uruguai, e a Goldrat Corporation, controlada pelo famoso doleiro brasileiro Marco Antonio Cursini, garantiram as transfer�ncias dos recursos que abasteceram a Milmar.

A Lespan operava nos Estados Unidos para cambistas da Am�rica Latina, inclusive doleiros do Brasil. Ela desponta como personagem central em uma das mais importantes e decisivas investiga��es j� realizadas contra Maluf, mantido preso na Pol�cia Federal, por 41 dias, em 2005.

Na �poca, uma for�a tarefa envolvendo o Minist�rio P�blico Estadual e o Minist�rio P�blico Federal descobriu, a partir de dados enviados pela promotoria de Manhattan, que a Lespan enviou US$ 11,3 milh�es para a conta Chanani, do doleiro Birigui, em Nova York - o dinheiro, segundo os promotores, teve origem em desvios de recursos do tesouro paulista que Maluf teria realizado. A Lespan tamb�m foi usada pelo doleiro Toninho da Barcelona para mandar valores para para�sos fiscais por meio das contas CC5, opera��es desmascaradas pela CPI do Banestado - evas�o de US$ 30 bilh�es nos anos 1990.

Relat�rio de investiga��o de pol�cia criminal da Su��a informa que “numerosos pagamentos” ca�ram na conta de Zaniboni “pela maioria em proced�ncia da companhia Lespan AS, domiciliada em Montevid�u, no Uruguai”.

Marco Antonio Cursini, o doleiro, foi condenado em 2009 a uma pena de 3 anos e 3 meses de pris�o por lavagem de dinheiro, evas�o de divisas e sonega��o no caso Banestado. Foi beneficiado com redu��o de pena em dela��o premiada. Ele revelou clientes e pagou indeniza��o significativa, R$ 4 milh�es ao todo, por imposi��o da Justi�a Federal no Paran� e em S�o Paulo.

Cursini tamb�m fez pacto de colabora��o na Castelo de Areia, opera��o da Pol�cia Federal, deflagrada em 2009, que pegou executivos da empreiteira Camargo Correia em lavagem de dinheiro e remessas ilegais para fora do Pa�s. Por ordem do Superior Tribunal de Justi�a, a investiga��o foi anulada.

Lobistas


Jo�o Roberto Zaniboni, o ex-diretor da CPTM, caiu na malha fina do Minist�rio P�blico da Confedera��o (MPC) su��a a partir da investiga��o criminal que tinha inicialmente como alvo os consultores brasileiros Arthur Gomez Teixeira e S�rgio Meira Teixeira, apontados como lobistas e elo da Alstom com dirigentes de estatais paulistas.

Os investigadores de Genebra identificaram a cadeia de transfer�ncias de capitais, a partir de dep�sitos nas contas Rockhouse e Sunrock, de Arthur e S�rgio Teixeira - alojadas no Credit Su�sse -, abastecidas por opera��es de duas offshores, GTH Consulting AS e Gantown Consulting AS, por eles administradas.

A GTH e a Gantown, sediadas no Uruguai, aparecem como empresas que teriam prestado consultoria para a Alstom. A pesquisa revelou que parte do dinheiro migrou, depois, para a conta 180636, a Milmar - primeiras letras das duas filhas de Zaniboni.

Do saldo de US$ 836 mil, composto entre setembro de 1999 e dezembro de 2002 - per�odo em que Zaniboni exercia o cargo diretivo na CPTM - a Milmar recebeu US$ 216, 87 mil pelas offshores dos Teixeira. Em 2 de maio de 2000, a Rockhouse transferiu R$ 103,5 mil para o ex-dirigente da CPTM; Em 27 de dezembro daquele mesmo ano, a Sunrock enviou US$ 113,3 mil para a Milmar.

'Antecedentes'

Em um cap�tulo intitulado “antecedentes de fato”, o relat�rio dos promotores su��os assinala que os Teixeira foram enquadrados por lavagem de dinheiro. “Eles foram indiciados por lavagem de dinheiro agravado por corrup��o de funcion�rios estrangeiros. Acusa-se as pessoas de terem assistido companhias da Alstom na obten��o de projetos de grande porte no Brasil, particularmente tamb�m no �mbito dos transportes, em qualidade de tais consultores, e ter transmitido no �mbito dessas atividades propinas por conta da Alstom.”

Os investigadores su��os apontam “numerosos outros pagamentos” para Zaniboni realizados pela offshore controlada por Cursini - a Goldrate Corporation, sediada nas Ilhas Virgens Brit�nicas, com uma conta no Deutsche Bank de Hamburgo.

A investiga��o mostra que em 23 de julho de 2007, o ex-diretor da CPTM esvaziou a Milmar e deslocou todos os ativos para a conta 6034632, no Safra National Bank em Nova York - a titular dessa conta � uma filha de Zaniboni. A transfer�ncia foi promovida por Cursini, afirma a Su��a. Desta vez, o doleiro usou outra offshore, denominada Gelateria, que mant�m conta no Bank Holmann AG, em Zurique.


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