Bras�lia - O governador de Pernambuco e prov�vel candidato � Presid�ncia da Rep�blica, Eduardo Campos, quer consolidar um canal de di�logo com o setor agropecu�rio tendo como ponte o ex-ministro Roberto Rodrigues, titular da Agricultura no governo Lula. Da conversa, ele saiu com a seguinte mensagem: a defini��o de um eventual endosso do setor � candidatura do partido depender�, entre outras raz�es, de quem ser� o cabe�a de chapa do PSB - Campos ou a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, rec�m-filiada � legenda.
Campos esteve na casa do ex-ministro na noite de sexta-feira, 25, em S�o Paulo. Foi ouvir as demandas e tentar evitar que o agroneg�cio se afaste de sua candidatura. Ap�s se filiar ao PSB, Marina criticou o l�der do DEM na C�mara, Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos principais articuladores da bancada ruralista e at� ent�o apoiador dos planos de Campos. O parlamentar desistiu da alian�a depois das cr�ticas da ex-ministra.
Sutilmente, Campos tocou no assunto sobre apoio pol�tico e o produtor rural se explicou: “Eu disse a ele que a defini��o sobre quem � o cabe�a de chapa tem que acontecer antes de decidirmos sobre apoio”. Para n�o se comprometer agora com este ou aquele partido, Rodrigues contou ainda que, com cuidado e transpar�ncia, avisou ao colega: “Quem quiser me ouvir para saber o que penso sobre as pol�ticas p�blicas necess�rias ao setor eu vou falar. Pode ser a (petista) Dilma (Rousseff), o (tucano) A�cio (Neves), ou o ‘Geraldo das Couves’”.
Na vis�o de Campos, o ex-titular da Agricultura poderia servir como um primeiro canal para tentar romper a resist�ncia dos produtores rurais ao nome de Marina, que aumentou depois do veto a Caiado. Quando ministro, Rodrigues protagonizou embates diretos com Marina, que estava no Meio Ambiente. Sete anos depois, ela passou a elogiar o colega publicamente e costuma apont�-lo como uma pessoa com quem � poss�vel conversar sobre sustentabilidade.
Conversas
Para mostrar que n�o � inimiga do agroneg�cio, Marina tem mantido contato com interlocutores do setor que considera mais ligados aos temas verdes. Entre os nomes com os quais conversa est� Marcos Jank, que at� o ano passado era presidente da Uni�o da Ind�stria de Cana-de-A��car (Unica), e Roberto Waack, da Amata, empresa que explora �reas da Amaz�nia de maneira sustent�vel.
Jank, que atualmente est� na BRF, tamb�m afirma que o di�logo n�o significa apoio eleitoral, mas que tem sentido o grupo da ex-ministra aberto a discutir ideias vindas do setor. Waack, por sua vez, defende que n�o h� nada de “radical” no discurso de Marina: “N�s estamos falando de uma forma mais racional do uso da terra, que � desejada por grandes marcas do agroneg�cio”.
Marina tem dito que h� “agroneg�cios no plural” e defendido que o importante para o Pa�s � investir no aumento da produtividade, e n�o na expans�o da �rea agr�cola. Colaborou Isadora Per�n.