
Na abertura do primeiro encontro entre integrantes do PSB e da Rede Sustentabilidade, nesta segunda-feira, 28, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou que a alian�a com a ex-ministra Marina Silva fez os partidos "ganharem 2013" e vai permitir "vencer o debate de 2014".
Para uma plateia de 150 militantes dos dois partidos, Campos recorreu a frases que em muito lembram o discurso da nova aliada. Adiantou que o compromisso do PSB-Rede "n�o � ganhar a qualquer pre�o" e, num recado aos advers�rios, disse que os partidos sa�ram vitoriosos em 2013. "N�s ganhamos 2013. Na medida que muitos pensavam que iam nos aniquilar, n�s ganhamos o jogo. Esse processo que hoje estamos inaugurando vai nos permitir vencer o debate de 2014, e mais que vencer o debate, espero que tenhamos as condi��es de fazer o povo brasileiro vencer em 2015", disse Campos, poss�vel candidato � Presid�ncia.
O encontro desta segunda ser� o primeiro de uma s�rie de eventos com o objetivo de construir um programa de governo para a elei��o presidencial de 2014. Marina destacou que este � o momento de tra�ar um "mapa do caminho". A ideia do evento � fazer um documento com uma vis�o geral que ir�, posteriormente, se desdobrar em diretrizes program�ticas. "N�s vamos iniciar aqui uma jornada, vamos fazer o mapa do caminho, para que tenhamos uma alian�a, com altura e profundidade, do desafio que est� posto", afirmou.
As falas de Campos e Marina destacaram os tr�s eixos que ir�o pautar a discuss�o: a preserva��o de conquistas econ�micas e sociais, a necessidade de novas pr�ticas na pol�tica e de um olhar mais atento ao desenvolvimento sustent�vel. Os cerca de 150 participantes ser�o divididos em grupos para debater essas ideias.
A ex-ministra defendeu que os avan�os do Pa�s n�o podem ser "fulanizados", por mais que a estabilidade econ�mica tenha sido alcan�ada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e os avan�os na �rea social sejam fruto das iniciativas do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT). "Esses ganhos j� n�o podem mais ser fulanizados, para evitar uma institucionaliza��o predat�ria das conquistas da sociedade."
Na mesma linha, Campos afirmou que � preciso agir porque, segundo ele, as conquistas dos governos anteriores correm o risco de serem perdidas. Para o governador, chegou o momento de iniciar um novo ciclo e colocar em pr�tica a nova pol�tica reclamada nas ruas pela popula��o.
"[N�s temos o] Compromisso em preservar as conquistas que o Brasil fez. Temos clareza que n�o podemos jogar fora as conquistas que tivemos e destacamos isso porque temos a clara percep��o de que se n�o cuidarmos dessas conquistas e se n�o tivermos uma a��o estrat�gica, essas conquistas correm risco", afirmou.
Diferen�as
Ciente das diferen�as ideol�gicas entre as duas legendas, Marina pediu para que o grupo fizesse, durante o evento, "o exerc�cio da escuta interessada". "S� � poss�vel estabelecer a troca na diferen�a", afirmou. Apoiadores da Rede chegaram a deixar o projeto depois da filia��o de Marina ao PSB, em 5 de outubro. Do outro lado, socialistas reclamam das dificuldades de colocar em pr�tica projetos que j� estavam em curso antes da alian�a da Rede.
"Vamos criar espa�o de heteroestima. N�o vamos desconstruir as trajet�rias de ningu�m. A de voc�s de 70 anos, a nossa de 7 meses. Vamos criar, nesse espa�o entre n�s, a ideia de uma nova pol�tica", disse Marina.
Apesar das diverg�ncias, Campos fez quest�o de afirmar que os que torcem contra o sucesso da alian�a ir�o se decepcionar. "Se acham que v�o me jogar contra a Marina, ou a Marina contra mim, ou que militantes v�o disputar, est�o completamente errados. N�o estamos nesse jogo", disse.
Segundo ele, se Marina quisesse ter um partido para ser candidata, ela n�o teria entrado no PSB, assim como se o PSB quisesse ter apenas uma op��o de candidato, n�o teria feito o acordo com a Rede.