Sociedade reconhece import�ncia de cotas, diz Carvalho

Bras�lia - O ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho, afirmou que a sociedade brasileira j� amadureceu a ponto de reconhecer a import�ncia das cotas. O coment�rio foi feito um dia ap�s a presidente Dilma Rousseff anunciar que vai encaminhar ao Congresso Nacional projeto de lei que reserva a negros 20% das vagas oferecidas em concursos p�blicos da administra��o federal. A proposta tramitar� em regime de urg�ncia.

"� mais um passo que n�s t�nhamos de dar na dire��o da justi�a social. N�s n�o vamos fazer democracia racial no Pa�s sem esse tipo de medida, que s�o medidas reparadoras de um grande processo de discrimina��o, de marginaliza��o hist�rica que tivemos", disse Carvalho, ap�s participar de um painel de discuss�o na 3ª Confer�ncia Nacional de Promo��o da Igualdade Racial, em Bras�lia.

"As contesta��es vir�o, n�s as enfrentaremos democraticamente, mas eu acho que a sociedade brasileira j� amadureceu a ponto de reconhecer a necessidade e a justi�a dessa medida", afirmou o ministro.

O Pal�cio do Planalto j� discutia a elabora��o de a��es afirmativas nos concursos p�blicos h� mais de um ano, mas aguardava parecer da Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) e do Minist�rio do Planejamento para anunciar a medida. Al�m de encaminhar o projeto, Dilma assinou nesta ter�a-feira, 05, decreto que regulamenta o Sistema Nacional de Promo��o da Igualdade Racial e anunciou a cria��o de uma inst�ncia espec�fica no Minist�rio da Sa�de para atender a popula��o afrodescendente. Para o ministro, o resultado da implanta��o do sistema de cotas nas universidades federais comprova o sucesso das a��es afirmativas.

Para a ministra da Secretaria de Pol�ticas de Promo��o da Igualdade Racial, Luiza Bairros, as cr�ticas �s a��es afirmativas s�o preconceituosas. "Elas s�o sempre preconceituosas, na medida em que as a��es afirmativas agem no sentido de mudar uma realidade. E a tend�ncia das pessoas � uma tend�ncia conservadora, de deixar a realidade do jeitinho que est�. Ent�o � uma quest�o de tempo para que a sociedade se conven�a de que n�o � poss�vel o Brasil continuar se desenvolvendo deixando de fora mais da metade da sua popula��o", comentou a ministra.

Levantamento da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica feito a pedido do jornal O Estado de S.Paulo constatou, no ano passado, que cerca de 34% dos servidores da Presid�ncia se declaravam negros, propor��o menor que a de autodeclarados pretos e pardos do �ltimo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), que foi de 51,28%.