O governo federal criou um grupo de trabalho para acompanhar a exuma��o dos restos mortais do ex-presidente Jo�o Goulart, a realiza��o dos exames e as per�cias necess�rias, para apurar se ele foi assassinado por envenenamento, em 1976, durante o ex�lio na Argentina. Coordenada pelo perito da Pol�cia Federal Amaury de Souza Junior, a comiss�o � formada por representantes da Secretaria de Direitos Humanos da Presid�ncia da Rep�blica e da Comiss�o Nacional da Verdade. O grupo chegar� a S�o Borja, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, na segunda-feira. Na quarta-feira, ser� aberto o jazigo do ex-presidente, que est� resguardado por uma tampa que pesa 500 quilos.
Peritos da Argentina, Uruguai e de Cuba auxiliar�o nos exames. O cubano Jorge Perez Gonzalez est� no grupo a pedido dos familiares do ex-presidente. Ele participou da exuma��o dos restos mortais do guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara e do venezuelano Sim�n Bolivar, considerado her�i da independ�ncia das col�nias espanholas sul-americanas.
Em Bras�lia, ser�o feitos exames de DNA e outras avalia��es para verificar se os restos mortais realmente s�o de Jo�o Goulart. O corpo do ex-presidente foi enterrado em S�o Borja por determina��o do governo militar brasileiro, sem que tenha sido feita aut�psia.
Oficialmente, Jango morreu de ataque card�aco. Mas a suspeita � de que ele tenha sido envenenado. Ele teria sido morto, na Argentina, onde se exilou, a pedido do governo militar brasileiro, por agentes da ditadura uruguaia durante a Opera��o Condor, uma alian�a que reuniu, na d�cada de 1970, os governos ditatoriais do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, com ajuda norte-americana.