
O senador A�cio Neves (PSDB) criticou o governo federal ontem, em visita a Porto Alegre (RS), terra em que a presidente Dilma Rousseff (PT) come�ou sua carreira pol�tica, comparando-o a um “software pirata”, que deveria ser trocado pelo “software original” do PSDB. No estado governado pelo PT, o senador afirmou que os petistas acertaram quando mantiveram o trip� macroecon�mico do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com metas de infla��o, c�mbio flutuante e super�vit prim�rio; quando ampliaram os programas de transfer�ncia de renda iniciados no governo do PSDB e quando “mesmo que de forma atabalhoada, envergonhada e �s pressas” curvaram-se � necessidade de participa��o do setor privado.
“O que a gente v� no Brasil, hoje, na verdade � um software pirata em execu��o, porque quando o PT copia aquilo que vem do governo do PSDB, o PT acerta”, afirmou ele, em entrevista depois de palestra a empres�rios na Federa��o das Associa��es Comerciais e de Servi�os do Rio Grande do Sul (Federasul).
O tucano destacou o respeito pessoal que tem pela presidente Dilma, considerada por ele uma mulher de bem. Contudo, avaliou que a infla��o, que est� na casa dos 6% devido a pre�os controlados, pode estourar como uma “tampa de uma panela de press�o” e chegar a 9%. Para ele, a marca final do governo Dilma ser� “crescimento p�fio, infla��o alta, descontrole das contas p�blicas, maquiagem fiscal”, o que tornaria alta a desconfian�a da iniciativa privada internacional em rela��o ao Brasil. “Infelizmente, o governo da presidente Dilma fracassou. Essa � a realidade. N�s n�o podemos nos contentar com o que est� acontecendo e achar que tudo � normal”, avaliou ele.
A�cio frisou que estava cumprindo uma agenda como presidente nacional do PSDB. Sobre sua prov�vel candidatura � Presid�ncia da Rep�blica, afirmou que pretende apresentar at� a primeira quinzena de dezembro um documento que ser� fruto das viagens que ele t�m feito pelo pa�s, “para que recuperemos a confian�a na economia brasileira, e a partir da�, a retomada dos investimentos”. O tucano, que esteve em Manaus (AM) no fim de semana, afirmou que o pa�s se tornou “um grande cemit�rio de obras inacabadas”, devido a falta de planejamento.
Seguran�a
O senador apontou mudan�as num eventual governo do PSDB, sugerindo um enfrentamento mais ativo na quest�o da seguran�a p�blica: “H� uma omiss�o absurda do governo federal nessa mat�ria, 87% de tudo o que se gasta em seguran�a p�blica no Brasil hoje v�m dos cofres estaduais e municipais. Apenas 13% da Uni�o. E a Uni�o � respons�vel pelas nossas fronteiras, pelo tr�fico de armas, pelo tr�fico de drogas. Portanto, a Uni�o transfere esta responsabilidade para aqueles que menos t�m”.
O senador garantiu que se o seu partido estivesse no governo teria uma rela��o diferente com munic�pios e estados, lidando com a sa�de de forma diferente. Ele argumenta que h� dez anos, quando o PT tomou posse no Planalto, o governo gastava 56% do total de financiamento em sa�de p�blica e que hoje gasta 45%. “Quem paga essa conta? Estados e, principalmente, os munic�pios, que s�o os que est�o hoje em situa��o pr�-falimentar”, disse.
Afago no PMDB
A�cio Neves aproveitou a viagem a Porto Alegre e acompanhado de um comitiva de deputados e prefeitos tucanos da regi�o, fez uma visita � casa do senador Pedro Simon (PMDB-RS) para um aceno ao partido do vice-presidente Michel Temer. O apoio do PMDB, o maior aliado nacional do governo Dilma, no Rio Grande do Sul � disputado pelo PSDB de A�cio e pelo PSB de Eduardo Campos. "A�cio � um grande companheiro, digno, correto e s�rio", disse o senador peemedebista. Para ele, ainda � "muito cedo" para definir qualquer alian�a para as elei��es do ano que vem.