Bras�lia – A presidente Dilma Rousseff e a c�pula do PT decidiram que n�o v�o mais se pronunciar sobre a pris�o dos r�us do mensal�o. No caso do partido, o tom da manifesta��o pol�tica foi dada na nota emitida pelo presidente nacional da legenda, Rui Falc�o, na tarde de sexta-feira, defendendo os militantes e reafirmando que n�o houve compra de votos tampouco desvio de recursos p�blicos. J� no governo, o sil�ncio � uma op��o clara de n�o prolongar um assunto que o Planalto considera encerrado. A estrat�gia tamb�m � adotada pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que cancelou participa��o em evento do PCdoB na sexta-feira.
No governo, a avalia��o � de que a pris�o dos r�us encerra um ciclo pol�tico. Os condenados, sobretudo os petistas, foram julgados, houve os recursos, estes foram analisados, sobreveio a condena��o e, por fim, a execu��o do mandado de pris�o, embora falte apreciar os embargos infringentes de parte dos r�us. “N�o � algo que prossiga. � algo que se encerra com os fatos da �ltima sexta”, disse um interlocutor do governo.
Em rela��o a Dilma, a avalia��o � de que, diante da inevitabilidade das pris�es, melhor foi elas terem ocorrido um ano antes das elei��es presidenciais. Apesar de algumas sinaliza��es t�midas de apoio, a presidente sempre fez quest�o de manter distanciamento do caso. Antes mesmo de o julgamento ser iniciado, em agosto de 2012, ela reuniu os ministros mais pr�ximos para definir que o Executivo federal se pronunciaria o m�nimo poss�vel. E justificou: “N�s somos o Planalto p�s-mensal�o”.
A analogia, na vis�o de aliados, fazia sentido. A pr�pria Dilma s� se tornara presidente porque fora al�ada � condi��o de chefe da Casa Civil com a queda de Jos� Dirceu. No governo, os petistas r�us da A��o Penal 470 tinham pouca ou nenhuma influ�ncia, o que tornava desnecess�ria qualquer manifesta��o de desagravo. Esse papel deveria ser exercido pelo partido, n�o pelo Planalto.
Para o secret�rio de Comunica��o do PT, Paulo Frateschi, existe um sentimento de perplexidade na legenda, especialmente pela forma como as pris�es foram conduzidas, misturando r�us que j� tiveram o tr�nsito em julgado com outros que ainda t�m recursos a serem analisados. “Al�m disso, v�o perceber que pega muito mal tomar uma decis�o dessa envergadura em pleno feriado de Proclama��o da Rep�blica”, criticou Frateschi.
"Revis�o hist�rica" O dirigente petista reconhece, contudo, que a decis�o do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa de decretar a imediata execu��o das penas encerra o debate do mensal�o, tanto do ponto de vista pol�tico quanto do jur�dico. “Daqui para a frente deixaremos o debate para a hist�ria”, ponderou. Frateschi afirma que essa “revis�o hist�rica” poder� ocorrer at� mais cedo, motivada, especialmente, pela fuga do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato para a It�lia. Ele argumenta que caso, Pizzolato realmente opte por pedir um novo julgamento na It�lia, viria � tona o car�ter pol�tico da a��o penal analisada pelo STF virando assunto da m�dia internacional.
Lula diz "estamos juntos"
O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) telefonou para os seus antigos companheiros, assim que soube que haviam sido expedidos os mandados de pris�o contra o ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu e o ex-presidente do PT Jos� Genoino. Ambos ocuparam os cargos durante a gest�o do petista � frente do Pal�cio do Planalto. “Estamos juntos”, disse Lula, que passou o feriado em sua ch�cara no interior paulista, de onde ligou para Dirceu e Genoino. Apesar da manifesta��o, Lula n�o fez coment�rios p�blicos sobre as pris�es.
A lista dos presos
Veja a situa��o* de cada um dos condenados que se encontram sob cust�dia da Pol�cia Federal e do �nico r�u que est� foragido
REGIME INICIAL FECHADO
Marcos Val�rio
Empres�rio
Pena total: 40 anos, 4 meses e 6 dias
Crimes: corrup��o ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evas�o de divisas e forma��o de quadrilha
Multa: R$ 3,06 milh�es
Cristiano Paz
Publicit�rio
Pena total: 25 anos, 11 meses e 20 dias
Crimes: corrup��o ativa, peculato, lavagem de dinheiro e forma��o de quadrilha
Multa: R$ 2,53 milh�es
K�tia Rabello
Ex-presidente do Banco Rural
Pena total: 16 anos e 8 meses
Crimes: lavagem de dinheiro, gest�o fraudulenta, evas�o de divisas e forma��o de quadrilha
Multa: R$ 1,5 milh�o
Jos� Roberto Salgado
Ex-executivo do Banco Rural
Pena total: 16 anos e 8 meses
Crimes: lavagem de dinheiro, gest�o fraudulenta, evas�o de divisas e forma��o de quadrilha
Multa: R$ 1 milh�o
Ramon Hollerbach
Publicit�rio
Pena total: 29 anos, 7 meses e 20 dias
Crimes: corrup��o ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evas�o de divisas e forma��o de quadrilha
Multa: R$ 2,79 milh�es
Henrique Pizzolato (FORAGIDO)
Ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil
Pena total: 12 anos e 7 meses
Crimes: corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e peculato
Multa: R$ 1,316 milh�o
REGIME INICIAL SEMIABERTO
Jos� Dirceu
Ex-ministro da Casa Civil
Pena total: 10 anos e 10 meses
Crimes: corrup��o ativa e forma��o de quadrilha
Multa: R$ 676 mil
Jos� Genoino
Deputado federal (PT-SP)
Pena total: 6 anos e 11 meses
Crimes: corrup��o ativa e forma��o de quadrilha
Multa: R$ 468 mil
Del�bio Soares
Ex-tesoureiro do PT
Pena total: 8 anos e 11 meses
Crimes: corrup��o ativa e forma��o de quadrilha
Multa: R$ 325 mil
Simone Vasconcelos
Ex-diretora financeira da SMP&B
Pena total: 12 anos, 7 meses e 20 dias
Crimes: corrup��o ativa, lavagem de dinheiro e evas�o de divisas.
Multa: R$ 263,9 mil
Romeu Queiroz
Ex-deputado do PTB-MG
Pena total: 6 anos e 6 meses
Crimes: corrup��o passiva e lavagem de
dinheiro
Multa: R$ 828 mil
Jacinto Lamas
Ex-assessor parlamentar do extinto PL
Pena total: 5 anos
Crimes: lavagem
de dinheiro
Multa: R$ 260 mil