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Estado de Minas

Dirceu pressionou Lula a defender petistas presos

A estrat�gia do governo e do PT, agora, � usar o escudo da %u201Clegalidade%u201D e o discurso de que h� %u201Cdois pesos e duas medidas%u201D na Justi�a para impedir que o mensal�o contamine a campanha de 2014


postado em 25/11/2013 08:57

Preso em uma cela de seis metros quadrados, o ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu criticou Luiz In�cio Lula da Silva pela forma como ele administrou at� agora a crise do mensal�o. A insatisfa��o com o ex-presidente foi manifestada por Dirceu a pelo menos tr�s amigos que o visitaram, nos �ltimos dias, no Complexo Penitenci�rio da Papuda.

Irritado com o sil�ncio do Planalto, Dirceu perguntou: “E o Lula n�o vai falar nada?”. Era a senha para a urg�ncia de um pronunciamento, que deveria ser feito o quanto antes, no diagn�stico do ex-ministro, sob pena de grande abalo na imagem do PT, com potencial de interferir na campanha da presidente Dilma Rousseff � reelei��o.

Tr�s dias depois de receber o recado, Lula fez o mais veemente discurso desde que os petistas foram condenados. Sugeriu, na quinta-feira passada, que o rigor da lei s� vale para o PT e dirigiu ataques ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.

Em meio a protestos contra as “arbitrariedades” na execu��o das senten�as, Lula e dirigentes petistas tamb�m decidiram promover um desagravo a Dirceu, ao ex-presidente do PT Jos� Genoino e ao ex-tesoureiro Del�bio Soares na abertura do 5.º Congresso da sigla, de 12 a 14 de dezembro, em Bras�lia.

A contrariedade de Dirceu com Lula, por�m, n�o vem de hoje. Interlocutores do ex-ministro contaram ao Estado que ele sempre reprovou a forma “conciliat�ria” como o ent�o presidente conduziu o caso desde que o esc�ndalo estourou, em junho de 2005.

Em conversas mantidas no c�rcere, Dirceu tem dito que Lula errou ao n�o fazer o “enfrentamento” necess�rio para n�o deixar a den�ncia de corrup��o virar uma espada permanente sobre o PT e o governo. Para Genoino, os r�us do PT n�o t�m escapat�ria, mesmo se conseguirem reduzir suas penas, pois perderam a batalha da comunica��o. “Estamos marcados como gado”, resumiu ele a um amigo.

Na avalia��o de Dirceu, Lula deixou a CPI dos Correios prosperar em 2005, quando ainda teria condi��es de barr�-la. Por esse racioc�nio, ao n�o politizar a den�ncia da compra de votos no Congresso, Lula abriu caminho para a “criminaliza��o” do PT. O partido at� hoje insiste que nunca corrompeu deputados em troca de apoio e s� admite a pr�tica do caixa dois.

Nomea��o

Arquiteto da campanha que levou o PT ao Pal�cio do Planalto em 2003, Dirceu revelou que Lula chegou a consult�-lo sobre a nomea��o de Luiz Fux para ministro do Supremo. “Se voc� est� dizendo que sim, quem sou eu para dizer que n�o?”, disse Dirceu, segundo relato de amigos, antes de ser procurado por Fux, que pediu sua ajuda para conquistar o cargo.

Fux acabou nomeado em 2011 por Dilma. Petistas juram que ele prometeu “matar no peito” a acusa��o, em sinal de que absolveria os r�us. Quando saiu o voto pela condena��o, o espanto no governo e no PT foi generalizado.

Num caf� da manh� com Dirceu, em novembro de 2010, Lula prometeu a ele que, quando estivesse fora do Planalto, desmontaria a “farsa do mensal�o”. A promessa n�o foi cumprida sob a alega��o de que era preciso blindar o primeiro ano do governo Dilma. Depois vieram as disputas municipais de 2012 e agora o ano � pr�-eleitoral.

Para o l�der da bancada petista no Senado, Wellington Dias (PI), o PT n�o soube construir uma narrativa para reagir � ofensiva da oposi��o e da m�dia. “Sob intenso cerco pol�tico, n�s acabamos permitindo que as vers�es da compra de votos florescessem”, avaliou Dias.

A estrat�gia do governo e do PT, agora, � usar o escudo da “legalidade” e o discurso de que h� “dois pesos e duas medidas” na Justi�a para impedir que o mensal�o contamine a campanha de Dilma em 2014


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