
Bras�lia – O empres�rio Paulo de Abreu, que contratou o ex-ministro Jos� Dirceu para gerenciar o Saint Peter Hotel, de Bras�lia, por um sal�rio de R$ 20 mil, reuniu-se com o ministro das Comunica��es, o petista Paulo Bernardo, na manh� de 23 de setembro, para tentar agilizar o processo de reativa��o da TV Excelsior. A reabertura do canal, cassado em setembro de 1970 durante o regime militar, � um velho desejo do empres�rio. O processo est� em an�lise no Minist�rio das Comunica��es h� dois anos. Paulo de Abreu sabe que, para realizar o sonho antigo, mesmo ap�s a aprova��o, � necess�rio um decreto presidencial de anistia a favor do antigo canal de televis�o.
Interlocutores do setor de comunica��es, ouvidos pelo Estado de Minas, acham que ao conceder emprego para Dirceu, Paulo de Abreu enterrou as chances de conseguir �xito. “Dirceu n�o conseguiria ajud�-lo nem solto, imagine preso.”
O Estado de Minas tentou entrar em contato com o Minist�rio das Comunica��es, por meio da assessoria de imprensa. At� o fechamento desta edi��o, ningu�m havia sido localizado para comentar o assunto. A advogada do empres�rio, Rosane Ribeiro, n�o respondeu aos questionamentos encaminhados pela reportagem.
Cargo sob medida O alto sal�rio oferecido ao ex-ministro para ocupar o cargo de gerente administrativo est� fora do valor praticado pelo mercado hoteleiro. A vaga oferecida nem sequer constava no organograma do Saint Peter Hotel. Foi criada especialmente para o petista, condenado no chamado processo do mensal�o a 7 anos e 11 meses inicialmente em regime semiaberto. Se a Vara de Execu��es Penais autorizar o trabalho externo, Dirceu trabalhar� das 8h �s 17h e ter� uma hora de intervalo para almo�o. Dirceu ter� uma sala individual equipada com internet e televis�o.
O pedido do ex-ministro Jos� Dirceu para trabalhar no hotel s� chegar� �s m�os do juiz da Vara de Execu��es Penais (VEP) Bruno Ribeiro, respons�vel pelas decis�es relativas ao cumprimento das penas dos r�us do mensal�o, em aproximadamente 40 dias. A informa��o foi repassada pela assessoria Tribunal de Justi�a do Distrito Federal e dos Territ�rios (TJDFT). A Justi�a salientou que h� uma fila, mas n�o informou o n�mero de pedidos de trabalho externo que aguardam decis�o. Ontem, alegando ser idoso, Dirceu, 67 anos, pediu prioridade � VEP na an�lise da sua solicita��o.
Vaga na CUT O ex-tesoureiro do PT Del�bio Soares pediu � Vara de Execu��es Penais (VEP) autoriza��o para trabalhar na Central �nica dos Trabalhadores (CUT). Para tentar atuar no setor de forma��o sindical, Del�bio alertou no of�cio que tem experi�ncia para exercer a fun��o. O sal�rio que o petista deve receber n�o passaria de R$ 5 mil, segundo sua defesa. Ele � o quarto condenado a pedir o direito de trabalho externo — al�m dele fizeram a solicita��o o ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu, o ex-deputado Romeu Queiroz e o ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas, que, ontem, pediu o aval da Justi�a para ser auxiliar administrativo M�sula Engenharia Ltda, com sal�rio de R$ 1.250, com direito a vale-transporte e t�quete alimenta��o no valor de R$ 11 por dia. Ele j� teve dois pedidos negados.
Isonomia
A Vara de Execu��es Penais (VEP) do Distrito Federal determinou que as autoridades penitenci�rias tenham isonomia no tratamento dos presos, principalmente em rela��o �s visitas e a alimenta��o fornecida a eles. A decis�o, tomada ontem � noite, � assinada pelo juiz Bruno Andr� Silva Ribeiro — que substituiu Ademar de Vasconcelos na execu��o das penas do mensal�o — e por mais dois magistrados. No of�cio, eles destacam que qualquer garantia ou regalia conferida a um detento dever� ser estendida aos demais. No mesmo ato, os ju�zes estabelecem que K�tia Rabello e Simone Vasconcelos sejam transferidas imediatamente do 19º Batalh�o da Pol�cia Militar, localizado no Complexo Penitenci�rio da Papuda, para a Penitenci�ria Feminina do DF, conhecida como Colmeia, no Gama. A decis�o foi tomada com base no fato de que o batalh�o n�o um � local apropriado para o cumprimento das penas de ambas — o setor � destinado � deten��o de militares.