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Estado de Minas

Anastasia defende que nomes do PSDB para o governo de MG seja escolhido no inicio do ano

Em entrevista exclusiva, Anastasia falou sobre a candidatura do senador A�cio Neves � Presid�ncia, falou de Eduardo Campos (PSB) e fez um balan�o de 2013


postado em 01/12/2013 06:00 / atualizado em 01/12/2013 07:18

"Eu n�o tenho ambi��o de ser candidato, ao contr�rio, minha vontade sempre foi de cumprir o mandato. Agora, de fato, h� essa demanda (press�o pela sua candidatura ao Senado)" (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)

Cobrado quase diariamente pelo partido e por v�rios aliados para concorrer ao Senado no ano que vem, o governador Antonio Anastasia (PSDB) repassa a press�o aos dirigentes tucanos. Em entrevista ao Estado de Minas, ele diz esperar da legenda uma decis�o, ainda em janeiro, sobre quem ser� o candidato � sua sucess�o no governo. S� depois desta defini��o, segundo ele, as costuras pol�ticas v�o indicar se ele � mesmo o nome para compor a chapa. “De fato h� essa demanda, at� porque tem a pesquisa e todo mundo fala naquilo, ent�o temos de esperar. Primeiro � preciso decidir o candidato a governador, o que eu defendo que seja feito em janeiro”, afirmou. Por vontade pr�pria, Anastasia segue dizendo que sua inten��o � terminar o mandato. Segundo ele, a configura��o vai depender de fatores como a chapa a ser encabe�ada pelo PSDB, como se espera, e quais ser�o as reivindica��es dos aliados. Anastasia tamb�m falou sobre a candidatura do senador A�cio Neves � Presid�ncia, mas evitou comentar a possibilidade de se tornar ministro, caso o padrinho pol�tico seja al�ado ao Pal�cio do Planalto. Disse ainda considerar a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), positiva para os tucanos. Anastasia espera que ele se una a A�cio em um eventual segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Na entrevista, Anastasia fez um balan�o de 2013, que, apesar de ter apresentado um crescimento econ�mico t�mido, considera um ano de avan�os. O governador comentou a necessidade de renegociar a d�vida do estado com a Uni�o para evitar um colapso financeiro em 2028. O tucano falou ainda de assuntos como reforma pol�tica, or�amento impositivo e as rela��es com o governo Dilma, do qual cobrou a��es mais efetivas para resolver o problema da BR-381.

Balan�o do ano

Tivemos resultados muito expressivos na �rea da educa��o. Mantivemos os indicadores da �rea de seguran�a – queria que eles melhorassem mais, mas n�o melhoraram – e conseguimos atrair empresas com perfil diferente, ainda que estejamos vivendo sob impacto de uma crise econ�mica nacional e internacional. Tivemos um ano muito dif�cil em rela��o aos munic�pios e de muita cautela em rela��o �s finan�as p�blicas porque lamentavelmente a velocidade da receita estadual n�o � a mesma do crescimento das despesas. As despesas aumentam porque tem o crescimento vegetativo normal do estado. Ao longo dos �ltimos anos, o estado aumentou muito sua �rea de a��o. Cada hospital que � inaugurado, cada penitenci�ria, cada escola, isso � claro, vem custeio.

Desonera��es do governo federal

Isso afeta o Fundo de Participa��o do Estado (FPE). Minas n�o � t�o dependente do fundo como outros estados, como os do Norte e Nordeste. Em alguns estados do Nordeste, 50% do or�amento s�o recursos do FPE. Aqui n�o � isso, � coisa de 4% ou 5%. Mesmo assim, perdemos este ano cerca de R$ 200 milh�es de FPE. Perdemos R$ 300 milh�es de Cide, uns R$ 700 milh�es do ICMS da energia el�trica. Ent�o, isso tudo somado, d� mais de R$ 1 bilh�o de perdas or�ament�rias. Temos que tomar medidas de cautela.

Expectativa para 2014

Dependemos fundamentalmente do humor econ�mico do pa�s. O ICMS este ano subiu, vamos terminar o ano subindo entre 8% e 9% em rela��o ao ano passado, mas qualquer varia��o � fatal.

Renegocia��o da d�vida do estado


N�o ajuda agora, porque nossa d�vida, como est� posta, mexe n�o no fluxo mas no fundo, no estoque. Mas resolveria para 2028. Dificilmente o governo federal concorda com a modifica��o, que para n�s � importante, do fluxo, porque pagamos alguns bilh�es por ano com encargos da d�vida. S�o 13% da nossa receita corrente l�quida.

Novos empr�stimos

S�o d�vidas com juros bem menores. O importante da d�vida � ver os juros e a car�ncia. Os juros da d�vida com a Uni�o s�o muito altos lamentavelmente, que � o juro do IGP. Os juros destes empr�stimos com Banco do Brasil, BNDES, s�o bem menores. S�o empr�stimos vantajosos e, para fazer investimentos hoje, os outros estados e o pr�prio governo federal corretamente incentivaram que levant�ssemos recursos para fazer investimentos que s�o importantes para aumentar a economia e o PIB.

Rela��o de Minas com governo federal


O que observamos � que o governo federal tem um tratamento igual a todos os estados. Fizemos reuni�o recente dos secret�rios de estado e as observa��es e solicita��es s�o exatamente as mesmas. Porque na realidade temos uma federa��o distorcida. � uma concentra��o cada vez maior de poderes na Uni�o, que tem uma participa��o muito grande no bolo tribut�rio, e isso, � claro, constrange os estados. Ficamos sem recursos. Mas n�o h� em rela��o a Minas ou a outro estado, que eu saiba, qualquer tratamento diferenciado. � evidente que n�s, em Minas Gerais, sentimos que precisamos mais da a��o da Uni�o aqui, como os outros estados tamb�m devem sentir, especialmente das grandes obras. Minas tem uma caracter�stica diferenciada porque as grandes obras de infraestrutura dependem do governo federal: as rodovias federais, ferrovias, o aeroporto, nosso metr� e Anel Rodovi�rio s�o obras emblem�ticas.Todas elas da al�ada federal.

BR-381

� uma novela e a responsabilidade do governo federal � fazer a reforma completa e adequada. A demora � vis�vel e n�o � de hoje, � de anos. � uma estrada muito perigosa que n�o s� inibe o movimento econ�mico na regi�o mas, sobretudo, causa mortes. Ent�o, � uma quest�o at� de humanidade fazer essa obra da 381, que lamentavelmente j� se prorroga por muitos anos. O governo federal tem a vontade de fazer a obra e tem o recurso. S� que tem dificuldades operacionais. Eu espero que elas sejam superadas. Sempre falamos que o grande problema do Brasil � gerencial.

Or�amento impositivo em Minas

A ideia de determinar o cumprimento cogente das emendas � positivo, n�o sou contr�rio. Acho que os parlamentares t�m o direito e a legitimidade de apontar emendas para suas �reas, para projetos que considerem relevantes. Em Minas fazemos o pagamento normalmente, os valores � que temos que discutir, porque um valor como este (1,2% da receita para as emendas) na estrutura da Uni�o � uma coisa, na do estado � outra. Ent�o sou a favor da tese, mas o valor tem que ser discutido.

Candidatura ao Senado

Temos primeiro de definir quem � o candidato a governador. Feito isso, temos que ouvir os outros partidos, porque se ele for do PSDB, o PSDB n�o pode ficar com vice, Senado, tudo. Tem que fazer composi��o, tem de ouvir os outros atores que s�o importantes, saber suas pretens�es, que s�o leg�timas. N�o fazemos pol�tica aqui de um modo isolado, existe um grupo forte, composto de diversos partidos, lideran�as relevantes que v�o discutir a escolha do nosso candidato a governador e a composi��o da chapa. Eu n�o tenho ambi��o de ser candidato, ao contr�rio, minha vontade sempre foi de cumprir o mandato. Agora, de fato, h� essa demanda, at� porque tem a pesquisa e todo mundo fala naquilo, ent�o temos de esperar. Primeiro � preciso decidir o candidato a governador, o que eu defendo que seja feito em janeiro.

Candidato ao governo

Vamos ouvir todos, n�o haver� um nome indicado no dedo, mas ser� um nome que surgir� dessas for�as pol�ticas.

Pestana e Pimenta em campanha

� natural, s�o lideran�as do partido, um deles at� � o presidente do partido. Eles movimentam como tamb�m o deputado Dinis Pinheiro (PP) se movimentou e se movimenta com inten��o de integrar a chapa majorit�ria. O nosso vice-governador � sempre um nome a ser pensado e colocado, quer dizer, n�o h� defini��o. Neste exato momento est� indefinido.

Cen�rio Nacional

Estou muito animado. Acho que o senador A�cio Neves est� animad�ssimo, muito disposto, correndo o Brasil todo e sendo muito bem recebido. Estive com ele recentemente em dois eventos no interior, em Uberl�ndia e Po�os de Caldas. A gente percebe uma energia no ar muito animada. H� um quadro de mudan�a nacional. As pessoas ainda est�o longe de se identificar com candidatos a esta altura. Quem est� preocupado com pol�tica somos os pol�ticos e os jornalistas, as pessoas n�o t�m o menor interesse ainda em saber de elei��o do ano que vem. H� uma indefini��o e resta saber quem vai ocupar esse espa�o. Que h� um inconformismo, isso � vis�vel no pa�s hoje. A pr�pria recente pesquisa do Ibope nacional mostrou que 60% das pessoas querem mudan�a. Ent�o, h� um sentimento e temos de ser competentes para galvanizarmos e capitalizarmos isso. Essa estrat�gia est� sendo montada com v�rios aspectos, tem um bra�o pol�tico, um program�tico, um de estrutura, essa estrat�gia toda est� sendo montada pelo partido e pelo nosso candidato.

Futuro ministro (No caso de vit�ria de A�cio)

Primeiro eu gostaria muito que o A�cio fosse presidente e vou trabalhar muito para isso, � nossa prioridade n�mero um em Minas Gerais do ponto de vista pol�tico. At� porque, a� sim ter�amos os grandes gargalos federais resolvidos no estado. Uma vez eleito presidente, ningu�m pode constrang�-lo para nomes para compor o minist�rio. Tenho por ele muita afinidade, admira��o, trabalhamos juntos estes anos todos, mas vamos aguardar os fatos.

Casa Civil

Talvez seja um outro perfil, � at� indelicado falar isso a esta altura. Ele nem candidato �.

Jos� Serra

Certamente vai participar (da campanha). Por enquanto n�o tem ido porque s�o eventos regionais. Tenho a impress�o de que no momento certo ele vai. Certamente ter� um papel importante na campanha de S�o Paulo, acho que possivelmente ele dever� ser candidato tamb�m em alguma fun��o de relevo.

Eduardo Campos

A candidatura do Eduardo, a meu ver, � positiva para o A�cio porque se soma no lado da oposi��o. E, fazendo uma campanha de oposi��o no segundo turno, ele naturalmente – acho que A�cio vai ter mais voto do que ele – tender� � oposi��o. A campanha que ele tende a fazer � de oposi��o � Dilma, e o seu eleitor, portanto, vai se identificar com o discurso de mudan�a, que n�o � o governo atual.

Palanque duplo

Se o Eduardo Campos for candidato , acho que o PSB vai ter porque � preciso. Acho que isso de palanque duplo n�o existe. Como explicar ao eleitor ora um ora outro no mesmo palanque?

Elei��o mais dif�cil em Minas?

Toda elei��o aqui � dif�cil. Uma talvez menos dif�cil foi a reelei��o do A�cio porque ele tinha maioria esmagadora, mas o mineiro gosta de pol�tica. O candidato da oposi��o, se confirmado Fernando Pimentel, � um bom candidato, homem de bem, conhece o estado. Acho que vai ser uma campanha de bom n�vel e vamos trabalhar firme para ganhar.

Guerra entre partidos


Esse ambiente que sai da pol�tica do sentido program�tico, da capacidade de articula��o das boas ideias, e passa para as campanhas dos ataques � muito negativo para o Brasil, n�o leva a lugar algum. Posso estar errado mas acho que o eleitor n�o gosta disso. A elei��o passada presidencial foi em um n�vel que todo mundo viu que n�o foi bom. Vamos discutir quest�es pol�ticas, a quest�o da concess�o pol�tica est� certa ou errada? O que foi o erro do pr�-sal? O que foi acerto? O que foi erro e acerto da telefonia, das ferrovias? Qual a pol�tica correta de inclus�o? Qual o papel correto da �rea da educa��o? Precisamos melhorar o n�vel do debate.

Reforma pol�tica

Eu defendo mandatos mais longos sem reelei��o e coincid�ncia total da disputa para todos os cargos. Uns dizem que pode dar aspecto de par�quia � elei��o, mas � preciso, o Brasil n�o aguenta. O ano que vem � ano eleitoral e a partir de janeiro n�o posso fazer um conv�nio com entidade privada. Vamos supor: 2 de janeiro tem uma enchente terr�vel e a Casa S�o Vicente de Paulo de um determinado munic�pio � levada pelas �guas. N�o posso colocar um colch�o l�. Comida pode dar, mas restaurar n�o � permitido. Quer dizer, criamos no Brasil uma camisa de for�a para n�s mesmos, o que � uma coisa inconceb�vel. Ficam controlando a formiga e o elefante passeando � vontade.


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