O calend�rio eleitoral indica que os governadores, neste momento deveriam estar acelerando os investimentos p�blicos para ter o que mostrar nas campanhas de 2014. A apenas 11 meses das elei��es, por�m, metade dos Estados est� investindo menos do que em 2009 - e isso apesar de todos, com exce��o do Amap�, terem elevado a arrecada��o acima da infla��o no mesmo per�odo.
Os investimentos s�o considerados a "fatia nobre" das despesas p�blicas, porque representam expans�o de infraestrutura ou de servi�os. Se os Estados arrecadam mais, mas n�o conseguem investir, � sinal de que uma parcela maior dos recursos p�blicos se destina a gastos de custeio, aqueles que s� mant�m a m�quina em funcionamento, sem criar nada de novo para os cidad�os.
Servidores. Dentro do custeio, o item cujo peso mais aumentou � o pagamento de pessoal. Em quatro anos, as despesas com funcion�rios e encargos sociais subiram 43% em termos reais (acima da infla��o). Os demais gastos de custeio (material de consumo, servi�os de terceiros, manuten��o de equipamentos, �gua energia, telefone etc.) cresceram apenas 8%.
Em Santa Catarina, o gasto com pessoal mais do que dobrou. No Par�, subiu 90%. Em Tocantins, o campe�o do corte de investimentos, as despesas com funcion�rios subiram 55% - sempre em termos reais.
Detentor do maior or�amento entre os Estados, S�o Paulo est� investindo mais do que h� quatro anos, mas o crescimento foi de apenas 3%, em termos reais. J� a receita corrente l�quida (impostos e transfer�ncias federais, descontados os repasses para munic�pios) cresceu 14%. Em agosto de 2009, S�o Paulo era respons�vel por 28% dos investimentos estaduais em todo o Pa�s; de l� para c�, a participa��o caiu para 25%.
No ranking da evolu��o do investimento, o governo paulista ficou em 14º lugar. J� no quesito gasto com pessoal, o Estado ficou em nono: eleva��o de 54%.
O descompasso entre aumento de receita e de investimentos tem consequ�ncias negativas para a economia do Pa�s: as m�quinas p�blicas ficam mais custosas, mas n�o devolvem benef�cios para a sociedade na mesma propor��o.
Em termos pol�ticos, governadores que investem pouco podem ter mais dificuldades para se reeleger ou promover seus candidatos. Com poucas obras e "vitrines" a exibir, os pol�ticos detentores de poder ficam mais vulner�veis a cr�ticas da oposi��o. Esse fator pode ser especialmente significativo quando a elei��o � marcada por uma tend�ncia "mudancista" - recente pesquisa Ibope mostrou que, ao menos no governo federal, dois ter�os do eleitorado quer mudar "tudo" ou "muito".
Destaques. Embalado pela Olimp�ada de 2016 e pela Copa de 2014 - eventos dos quais ser� anfitri�o -, o Rio de Janeiro �, disparado, o Estado que mais ampliou seus investimentos desde 2009. O crescimento foi de 154%.
Nos 12 meses encerrados em agosto de 2009, o governo fluminense investia o equivalente a 25% do paulista. No mesmo per�odo de 2013, essa participa��o saltou para 62%.
Em segundo lugar no ranking aparece Pernambuco, do governador Eduardo Campos, prov�vel candidato � Presid�ncia pelo PSB. Os investimentos estaduais subiram 132%. Apesar de ser o s�timo governo na lista dos que mais arrecadam, o de Pernambuco foi o quarto que mais investiu, em termos absolutos, nos 12 meses encerrados em agosto deste ano.
Tanto Pernambuco quanto Rio de Janeiro, por�m, se beneficiam de um fen�meno estat�stico na compara��o com 2009 - naquele ano, ambos os governos investiram bem menos que suas m�dias.
Fonte. Todos os dados citados nesta reportagem foram fornecidos pelos pr�prios Estados nos Relat�rios Resumidos de Execu��o Or�ament�ria, documentos encaminhados periodicamente pelos governos � Secretaria do Tesouro Nacional.