A press�o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva para que a presidente Dilma Rousseff ponha pol�ticos aliados no lugar dos ministros que sair�o para disputar cargos eletivos em 2014 dever� fazer com que a reforma ministerial se d� em duas etapas, a primeira em janeiro e a segunda do fim de mar�o para o in�cio de abril.
De acordo com informa��es de bastidores do Pal�cio do Planalto, Dilma tende a fazer uma reforma pequena no pr�ximo m�s, e uma maior depois, j� no per�odo anterior aos seis meses exigidos pela Justi�a Eleitoral para que os ocupantes de cargo no Executivo que pretendem disputar a elei��o deixem seus postos. Nessa condi��o est�o cerca de dez ministros.
Antes de Lula dizer � presidente da Rep�blica que ela deve nomear afilhados pol�ticos para os minist�rios, Dilma pretendia resolver tudo no in�cio do ano. Para o lugar dos ministros que sa�ssem, queria manter os secret�rios executivos. Exigiria deles fidelidade ao projeto e muito trabalho para que todas as obras tocadas pelos minist�rios fossem entregues no prazo planejado. Dilma definiu o ano que vem, quando disputar� a reelei��o, como "o ano da entrega". Os conselhos de Lula para que Dilma nomeie pol�ticos tem por objetivo segurar na base todos os partidos aliados, impedindo que algum deles migre para a dupla Eduardo Campos/Marina Silva, do PSB.
A reforma em duas etapas servir� ainda para que Dilma Rousseff procure equacionar problemas regionais que envolvem os ministros. Gleisi Hoffmann (Casa Civil), por exemplo, tem sofrido uma s�rie de ataques por parte do governador do Paran�, Beto Richa (PSDB), e n�o tem conseguido se defender nem fazer a pr�-campanha ao governo do Estado. Ela pretende sair em janeiro e reassumir a cadeira no Senado para se movimentar mais no Paran�. Para o lugar de Gleisi, Dilma tem dois nomes, o do ministro Aloizio Mercadante (Educa��o) e o do secret�rio executivo do Minist�rio da Previd�ncia, Carlos Gabas. Mercadante poder� ainda ser escolhido coordenador da campanha � reelei��o, o que dificultaria sua ida para a Casa Civil.
Com o ministro da Sa�de, Alexandre Padilha, que ser� candidato ao governo de S�o Paulo, ocorrer� o contr�rio. Padilha ainda � pouco conhecido entre os eleitores paulistas. Por isso, Dilma Rousseff dever� segur�-lo ao m�ximo no minist�rio. At� o fim do prazo legal para sua sa�da do minist�rio, Padilha aparecer� cada vez mais � frente de programas de apelo popular que podem render votos, como o Mais M�dicos.
De acordo com auxiliares da presidente, ela tem consci�ncia de que a demora na reforma provoca problemas na base. Para reduzi-los, Dilma vem retomando as conversas com os partidos. Na ter�a-feira passada, 26, ela almo�ou com a c�pula do PTB, ocasi�o em que ouviu um pedido expl�cito do partido para ocupar uma pasta. De prefer�ncia, a Integra��o Nacional. A tend�ncia, por�m, � de que a sa�da do ministro do Turismo, Gast�o Vieira, do PMDB do Maranh�o, abra a vaga para a legenda. Mas isso s� dever� ocorrer no final de mar�o. No s�bado, 30, Dilma conversou com dirigentes do PMDB e do PP.