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Estado de Minas

Lobista ensina tucano a obter verba para obra da Alstom

A prova estaria em c�pia de e-maill em posse da Pol�cia Federal


postado em 05/12/2013 09:32

C�pia de e-mail em posse da Pol�cia Federal mostra que Jorge Fagali Neto, apontado como lobista da multinacional francesa Alstom e intermediador de propinas do cartel de trens, fez sugest�es, no fim de 2006, sobre como o governo estadual deveria agir no setor metroferrovi�rio ao tucano Aloysio Nunes Ferreira, ent�o coordenador da campanha de Jos� Serra (PSDB) ao comando do Estado.

Uma dessas sugest�es - a busca de dinheiro externo para obras de uma linha do Metr� - acabou concretizada depois de Serra ser eleito e Aloysio assumir a Casa Civil do Estado. A obra foi tocada por um cons�rcio que tinha a Alstom como s�cia.

Anexada nos autos da investiga��o sobre o cartel suspeitos de atuar nas gest�es do PSDB entre 1998 e 2008, a correspond�ncia � de 26 de setembro daquele ano eleitoral. Faltavam cinco dias para a vota��o e as pesquisas demonstravam que Serra venceria no 1º primeiro turno, o que de fato ocorreu.

Na ocasi�o, al�m de coordenar a campanha de Serra, o hoje senador Aloysio era secret�rio de Governo de Gilberto Kassab (PSD) na prefeitura paulistana.

Fagali � um dos 11 indiciados pela Pol�cia Federal por suspeita de ilegalidades envolvendo contratos de energia da Alstom com o governo estadual. Os investigadores afirmam que ele cometeu os crimes de corrup��o, lavagem de dinheiro e evas�o de divisas. Fagali nega.

Antes de se transformar em consultor do setor metroferrovi�rio, no qual a Alstom tamb�m atua e � suspeita de formar cartel, ele havia sido secret�rio de Transportes do governo Luiz Antonio Fleury Filho por um ano: em 1994. Fagali sucedeu no cargo justamente Aloysio, que foi secret�rio de Transportes de Fleury entre 1991 e 1993. Ou seja, Fagali e Aloysio se conhecem “h� muitos anos”, nas palavras do pr�prio senador tucano, segundo quem o e-mail de 2006 foi apenas um “alerta de um amigo” sobre a situa��o do setor metroferrovi�rio naquele momento.

O irm�o do consultor, Jos� Jorge Fagali, foi escolhido por Serra para presidir o Metr�, estatal do governo, cargo que ocuparia entre os anos de 2007 e 2010.

Fagali, o consultor que mandou o e-mail com as sugest�es para Aloysio, est� hoje com os ativos bloqueados na Su��a. S�o US$ 6 5 milh�es travados pela Justi�a do pa�s europeu por suspeita de lavagem de dinheiro.

Mensagem. No e-mail, Fagali sugeriu, entre outras coisas, que Aloysio acionasse o Banco Mundial para angariar recursos para a Linha 4-Amarela do Metr�. “Para a linha 4, acredito ser poss�vel um aditamento ao contrato do Banco Mundial”, escreveu o consultor no e-mail.

Em abril de 2008, no segundo ano da gest�o Serra, o governo assinaria com o Banco Mundial, conforme sugerido pelo consultor, um aditamento de R$ 95 milh�es ao contrato de R$ 209 milh�es de 2002 para a constru��o da linha 4-Amarela do Metr�.

O dinheiro extra foi usado para obras de amplia��o da linha e aquisi��o de equipamentos, como trens e trilhos. Respons�vel pela constru��o da Linha 4, o cons�rcio Via Amarela tinha entre seus s�cios a Alstom. A multinacional francesa forneceu toda a infraestrutura dessa linha do Metr�, como sistema de alimenta��o de energia e sistemas de controle e de comunica��o.

Denunciante. O e-mail de Fagali ao tucano chegou �s m�os da Pol�cia Federal por meio de uma ex-funcion�ria do consultor chamada Edna da Silva Flores. Ela foi secret�ria pessoal de Fagali entre 2006 e 2009 e prestou depoimento aos federais no dia 9 de outubro passado.

Edna declarou que “Fagali trocava e-mails com Aloysio Nunes acerca de licita��es de metr� em SP”. Ainda em seu depoimento, a ex-funcion�ria de Fagali fala da amizade do consultor com outros pol�ticos, como Serra. Segundo relatou Edna, Fagali era “muito amigo” do tucano. “Jorge Fagali Neto (...) viajou com Serra para o Jap�o com a finalidade de tratar de assuntos financeiros do metr� de S�o Paulo”, disse no depoimento anexado aos autos da pol�cia.

Edna tamb�m relatou ao delegado a rela��o de Fagali com os irm�os Arthur e S�rgio Teixeira, tamb�m consultores apontados como intermediadores de propinas do cartel de trens. S�rgio j� morreu e Arthur est� indiciado sob suspeita de atuar ilegalmente para as multinacionais do setor metroferrovi�rio.

“Fagali tinha contato quase di�rio com Sergio Teixeira e Arthur Teixeira”, afirmou Edna.

Em outra parte do inqu�rito, h� um relat�rio n�o assinado, mas escrito em abril deste ano pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, em que Aloysio � citado como sendo pr�ximo de Teixeira. No mesmo relat�rio, o ex-diretor da empresa alem� sugere que o chefe da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin, Edson Aparecido, foi destinat�rio de propina. Aparecido chama a acusa��o de “absurda”.


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