O presidente da Alstom no Brasil, Marcos Costa, negou nessa quinta-feira que a multinacional francesa tenha participado de cartel em licita��es de trens em S�o Paulo. Ele disse tamb�m que a empresa n�o pagou propina a pol�ticos. “A Alstom n�o participa de cartel e n�o v� ind�cios de forma��o de cartel. N�o posso dizer de algo que a empresa n�o participou. N�o temos essa identifica��o de desvio de conduta de funcion�rios”, afirmou Costa em depoimento prestado � CPI dos Transportes da C�mara Municipal, que tamb�m passou a investigar as den�ncias de cartel no setor metroferrovi�rio.
O presidente da Alstom tamb�m disse que a multinacional francesa n�o pagou propina a pol�ticos. O Estado revelou em outubro um e-mail enviado pelo ex-presidente da empresa no Brasil Jos� Luiz Alqu�res, no qual ele “recomenda enfaticamente” a diretores da Alstom que utilizem os servi�os do consultor Arthur Teixeira, apontado pelo Minist�rio P�blico como lobista e pagador de propinas a servidores p�blicos de estatais do setor metroferrovi�rio, entre 1998 e 2003. Na correspond�ncia, de 18 de novembro de 2004, Alqu�res destacou o “bom relacionamento com governantes paulistas”. Atualmente, Alqu�res � membro do conselho estrat�gico da Alstom, segundo informou Costa.
“Todos os nossos contratos de consultoria s�o absolutamente legais. Servi�os foram prestados e pagos em fun��o desses servi�os. Contratamos consultorias reconhecidas. A Alstom n�o paga propina. A Alstom n�o contrata lobista”, disse Costa aos vereadores da CPI.
“Os consultores prestaram servi�os e n�o temos identificado nenhuma irregularidade. Existem investiga��es em curso. Os jornais fazem acusa��es, e em todas as investiga��es para as quais a Alstom � chamada estamos cooperando com todos os �rg�os”.
O vereador Milton Leite (DEM), um dos membros da comiss�o parlamentar, disse que a Alstom � uma “organiza��o criminosa” e questionou Costa em rela��o ao hist�rico da empresa francesa. Segundo o parlamentar, a multinacional francesa foi processada em v�rios pa�ses por pagamento de propina. Ele afirmou que o Banco Mundial, inclusive, impediu a empresa de participar de alguns projetos por “desvio de conduta” de alguns de seus funcion�rios.
O presidente da Alstom foi intimidado a depor na CPI outras duas vezes. Na primeira, o executivo conseguiu uma liminar na Justi�a que o desobrigava a prestar esclarecimentos aos vereadores da comiss�o. Em novembro, o Tribunal de Justi�a de S�o Paulo derrubou a a��o depois de acolher um recurso feito pelo presidente da CPI, vereador Paulo Fiorilo (PT). Depois disso, a comiss�o voltou a convocar Costa a depor. O presidente da Alstom compareceu � C�mara, mas na hora alegou mal-estar e teve que deixar a Casa sem responder aos questionamentos da mesa do colegiado.
A CPI dos Transportes foi instalada em julho na C�mara ap�s a onda de protestos pela redu��o das tarifas do transporte p�blico. S� depois ela passou a investigar as den�ncias de cartel.