
Para ele, o Brasil precisa avan�ar em educa��o e nas reformas agr�ria e tribut�ria. “Para se modernizar o pa�s precisa avan�ar, precisa conduzir a reforma agr�ria, a reforma educacional, a reforma tribut�ria; em vez de tributar sal�rios, tem que tributar patrim�nio”, defendeu.
“Hoje, n�s da fam�lia estamos retornando com os restos mortais dele [Goulart] para sua cidade, para o seu povo, para a sua terra. Sem d�vida, al�m de cumprir esse papel, estamos fazendo revisionismo da vida, da luta e das propostas do Jo�o Goulart h� 50 anos”, disse.
Jo�o Vicente disse que o Brasil precisa de uma agenda que retome pontos essenciais do governo de Jango e citou as reformas de base propostas pelo pol�tico e que contribu�ram para motivar o golpe militar de 1964. “Acho que o golpe n�o foi dado contra o presidente, foi dado contra as reformas de base propostas pelo governo Jo�o Goulart e que at� hoje muitas delas se fazem necess�rias”, disse o filho do ex-presidente que tamb�m defendeu a reforma do Estado brasileiro.
Criadas durante o governo Jo�o Goulart, as chamadas reformas de base, propunham uma s�rie de reformas institucionais visando a atuar sobre os problemas estruturais do pa�s, entre elas, as reformas banc�ria, fiscal, urbana, eleitoral, agr�ria e educacional.
As medidas, de apelo social e popular, n�o foram bem recebidas por setores conservadores ligados ao latif�ndio e �s ind�strias. O acirramento das posi��es culminou com o golpe de estado, em 1º de abril de 1964, no qual os militares depuseram o ent�o presidente. “O ano de 2014 n�o � apenas o ano da Copa do Mundo, tamb�m s�o 50 anos do golpe de Estado e, antes da festa do futebol, a sociedade brasileira deveria refletir sobre os 50 anos do golpe para que nunca mais aconte�a”, disse o filho de Jango.
Os restos mortais de Jo�o Goulart ser�o enterrados na tarde desta sexta-feira, em S�o Borja. Antes, haver� uma celebra��o religiosa na Igreja Matriz S�o Francisco, onde o povo da cidade, numa atitude de resist�ncia, velou o corpo do ex-presidente, apesar da press�o da ditadura.
Os resto mortais foram exumados em novembro a pedido da fam�lia que duvida da causa da morte do ex-presidente. Cardiopata, ele teria sofrido um infarto, mas uma aut�psia nunca foi realizada. A suspeita da fam�lia � que Jango tenha sido envenenado a mando do governo brasileiro, na chamada Opera��o Condor, a alian�a entre as ditaduras do Cone Sul para eliminar opositores al�m das fronteiras nacionais. A investiga��o � conduzida pela Comiss�o Nacional da Verdade (CNV).