Quase metade dos “campe�es” de votos nas elei��es para o Conselho Participativo Municipal de S�o Paulo � petista. Dos 96 primeiros colocados na disputa do �ltimo domingo em cada um dos distritos da capital, 41 s�o filiados ao partido do prefeito Fernando Haddad (PT), enquanto cinco s�o militantes do PSDB, principal legenda de oposi��o. Ao todo, 1.125 foram eleitos para mandato de dois anos sem remunera��o. A posse ser� no dia 25 de janeiro, anivers�rio da cidade.
Pela amostragem feita com os conselheiros mais votados, 43% dos eleitos com a fun��o de propor a��es p�blicas em seus respectivos distritos e fiscalizar os gastos da Prefeitura s�o do mesmo partido de Haddad. Eles tamb�m ter�o autonomia para obter informa��es oficiais e contestar atos da gest�o nas regi�es das 32 subprefeituras. Na m�dia, cada um dos eleitos vai representar 10 mil paulistanos no conselho.
Os petistas venceram principalmente nos distritos da periferia paulistana, em especial na zona leste, como em Guaianases, Itaim Paulista e S�o Mateus. J� em Cidade Dutra, na zona sul, Gustavo Tatto, sobrinho do l�der de Haddad na C�mara Municipal, Arselino Tatto, e do secret�rio de Transportes, Jilmar Tatto, n�o foi o mais votado, mas est� entre os eleitos.
“Ele � filho do meu irm�o mais velho, Leonide Tatto, que foi administrador regional na �poca da (ex-prefeita Luiza) Erundina. O Leonide ajudou a fundar o PT, � uma das maiores lideran�as do partido na zona sul. E meu sobrinho � filiado desde os 16 anos, s� fala de pol�tica, at� com a namorada. Faz duas semanas ele foi eleito presidente zonal do PT na Capela do Socorro”, disse o vereador.
Participa��o
As elei��es ocorreram no �ltimo domingo, 8, e levaram cerca de 120 mil pessoas �s urnas - 1,4% do total de eleitores da cidade (8,6 milh�es). A participa��o foi aqu�m do esperado pela Prefeitura, que projetava 500 mil votantes. Antes do pleito, o PSDB e o PPS, partidos de oposi��o a Haddad, ingressaram com um mandado de seguran�a pedindo, sem sucesso, a suspens�o da elei��o por causa de altera��es feitas pela Prefeitura durante o processo eleitoral que permitiam que um conselheiro recebesse votos de eleitores de todas as regi�es, e n�o s� do distrito por onde se candidatou.
Para o vereador Floriano Pesaro, l�der do PSDB na C�mara Municipal, al�m da mudan�a, a elei��o deveria ser anulada por causa das falhas na divulga��o da disputa. “Ningu�m ficou sabendo da elei��o, foi uma vergonha essa mudan�a de regras. Corremos o risco de ter um conselho aparelhado pelo PT em ano de elei��o. Isso � muito grave”, criticou o tucano. “Foi uma elei��o sem divulga��o, dominada por gente ligada ao governo”, emendou Andrea Matarazzo (PSDB).
Mario Covas Neto (PSDB) atacou o prefeito Fernando Haddad (PT) e lembrou as falhas que causaram a suspens�o da prova do Enem em 2010. “N�o houve organiza��o alguma, tudo foi feito �s pressas, sem esclarecimento � popula��o. Lembrou muitos as falhas do Enem acho que o prefeito precisa ter uma organiza��o melhor nesses tipos de evento.”
Arselino Tatto admitiu falhas de comunica��o na elei��o, mas n�o v� motivos para cancelamento ou suspens�o do resultado. “� claro que tivemos alguns problemas, at� porque foi a primeira vez. Os eleitores tiveram muitas dificuldades, eu mesmo tive de andar 3 quil�metros para votar. Mas acho que o resultado tamb�m foi extremamente positivo. Acho que a participa��o de filiados a partidos tamb�m � natural, e o n�mero alto de filiados ao PT mostra que o partido est� enraizado nas periferias.”