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Estado de Minas

Guerra de vers�es sobre morte de JK vai parar na Justi�a

Perito respons�vel pela investiga��o da morte de JK decide processar presidente da Comiss�o da Verdade de S�o Paulo, que considerou o acidente na Via Dutra compl� e atentado pol�tico


postado em 27/12/2013 06:00 / atualizado em 27/12/2013 07:46

Bras�lia – O principal perito oficial do acidente de carro que resultou na morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, S�rgio de Souza Leite, vai processar o presidente da Comiss�o da Verdade da C�mara Municipal de S�o Paulo, vereador Gilberto Natalini (PV), por cal�nia e difama��o. Leite informou ao Estado de Minas, ontem, que j� contratou uma advogada para ficar respons�vel pela a��o, que tramitar� na esfera civil. Natalini e os integrantes do colegiado paulistano produziram um documento, em 9 de dezembro deste ano, com 90 ind�cios, no qual “declaram o assassinato de Juscelino Kubitschek de Oliveira, v�tima de conspira��o, compl� e atentado pol�tico na Rodovia Presidente Dutra, em 22 de agosto de 1976”. O relat�rio ainda “considera nula a causa mortis oficial, forjada no per�odo da ditadura militar, segundo a qual o ex-presidente da Rep�blica perdeu a vida em consequ�ncia de acidente de tr�nsito, durante viagem de S�o Paulo para o Rio de Janeiro”.


A advogada Tomomi Sagae Dumans, defensora de S�rgio Leite, afirmou que pelo que j� analisou sobre o caso cabe processo contra as pessoas que denegriram a “reputa��o profissional” do perito. “A Comiss�o da Verdade de S�o Paulo fala em crime de falsa per�cia, que teria sido forjada. Isso � cal�nia e difama��o contra a fun��o de perito. N�s temos agora seis meses (para tomar uma iniciativa), que � o per�odo entre o conhecimento da autoria e do fato”, explica, sem definir a data em que a a��o ser� movida.

Leite avalia que a comiss�o n�o poderia ter elaborado o documento “sem ter ideia do que foi produzido anteriormente”. Ele se refere ao trabalho do m�dico-legista M�rcio Alberto Cardoso, que exumou o corpo do motorista do ex-presidente, Geraldo Ribeiro, em 1996 e concluiu que o objeto met�lico encontrado no cr�nio dele era um prego do caix�o e n�o um proj�til, e da comiss�o especial criada pela C�mara dos Deputados em 2001, que concluiu que a morte de JK foi consequ�ncia de um acidente de carro e n�o de conspira��o.

“Eles n�o podem desmontar essa hist�ria. H� um relat�rio de mais de 100 p�ginas assinado por 23 deputados integrantes da comiss�o, al�m de v�rios laudos t�cnicos completos. Eles n�o podem dizer que ignoraram isso. N�o h� um pedacinho dessa hist�ria (para os peritos) que deixe d�vida para nada”, diz. Leite, hoje aposentado, ressalta que a esposa de JK, dona Sarah Kubitschek, e a filha de Geraldo, Maria de Lourdes, destacaram o trabalho feito pela per�cia em cartas manuscritas.

Procurado, Natalini disse que n�o h� problema em ser processado. “Isso faz parte da vida democr�tica. N�o � nada desagrad�vel. � algo normal de uma luta de ideias e opini�es. Estou muito tranquilo em rela��o ao nosso trabalho”, afirmou. Segundo o parlamentar, nada mudou a convic��o da tarefa realizada. “Analisamos laudos e contradi��es e h� muita incoer�ncia e muita coisa fraudulenta. H� laudos sem assinatura, exame de per�cia sem raios X, foto de um carro normal num dia e no outro amassado”, relata.

D�vidas O perito criminal Jo�o Bosco de Oliveira, que auxiliou os trabalhos da comiss�o especial da C�mara dos Deputados criada em 2001 para esclarecer a morte de JK, afirma que n�o h� qualquer d�vida sobre o acidente automobil�stico. Segundo ele, que j� foi diretor de Per�cias Externas do Instituto de Criminal�stica do Distrito Federal, todo o material existente sobre o caso foi examinado a fundo naquele per�odo.

“Tivemos c�pia de todo o material. Fomos ao local. Tudo o que foi apontado como possibilidade (de assassinato) na �poca, investigamos, com provas materiais. Qualquer pessoa que leia os documentos sem querer tirar vantagem do assunto vai chegar � mesma conclus�o”, acredita Oliveira. O perito avalia que a Comiss�o da Verdade de S�o Paulo “quer que seja um atentado, mas n�o adianta ficar apontando ind�cios”. “Tem de ter prova. Se ficar se baseando em uma pessoa falou isso, a outra falou aquilo e existem outras hip�teses, teremos 1.001 possibilidades”, avalia.

O documento da Comiss�o da Verdade de S�o Paulo diz que o perito S�rgio de Souza Leite “acabou demitido do Instituto de Criminal�stica Carlos �boli, do Rio de Janeiro, em 1995”. O relat�rio aponta que “Leite foi afastado ap�s nove den�ncias feitas pelo Minist�rio P�blico contra irregularidades em laudos assinados por ele”. S�rgio alega que sofreu persegui��o pol�tica e que conseguiu voltar ao servi�o p�blico e se aposentar depois de ganhar em todas as inst�ncias a causa que moveu judicialmente.

Nova audi�ncia

A Comiss�o de Rela��es Exteriores e Defesa Nacional da C�mara dos Deputados aprovou requerimento no �ltimo dia 18 convidando para audi�ncia p�blica o presidente da Comiss�o da Verdade de S�o Paulo, Gilberto Natalini, o ex-secret�rio de JK Serafim Jardim e o perito criminal Alberto Carlos de Minas. Os tr�s defendem a tese de que houve assassinato. Eles devem ir � comiss�o na volta do recesso parlamentar.

entenda o caso

A discuss�o sobre as circunst�ncias em que se deu a morte do ex-presidente JK voltou � pauta depois que a Comiss�o da Verdade da C�mara Municipal de S�o Paulo divulgou documento no �ltimo dia 9 “declarando o assassinato de Juscelino Kubitschek, v�tima de conspira��o, compl� e atentado pol�tico”. O ex-presidente morreu em um acidente de carro na Via Dutra quando se deslocava de S�o Paulo ao Rio de Janeiro, em 22 de agosto de 1976, um domingo.

O Opala dirigido por Geraldo Ribeiro, motorista e homem pr�ximo de JK, atravessou a pista contr�ria e bateu em um caminh�o. Para o colegiado paulistano, Geraldo perdeu o controle do carro porque levou um tiro na cabe�a disparado de dentro de uma Caravan, que emparelhou com o Opala. Na vers�o da per�cia, o carro de JK atravessou o canteiro central da Dutra depois que foi tocado por um �nibus. A per�cia mostra um amassado no para-lama do Opala, tinta do �nibus nele, al�m da marca de frenagem do coletivo na pista.

 


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