Bras�lia – A estrat�gia da presidente Dilma Rousseff de aparecer cada vez mais em pronunciamentos em rede nacional de r�dio e televis�o custou at� agora R$ 1,2 milh�o aos cofres p�blicos desde o primeiro ano de seu mandato, em 2011. Cada vez que a presidente vai � TV, o Pal�cio do Planalto desembolsa R$ 90 mil com produ��o, grava��o, edi��o, computa��o gr�fica, trilha sonora, locu��o, m�o de obra e equipamentos.
Ontem Dilma fez seu s�timo pronunciamento, o 17º desde que tomou posse, e destacou os programas sociais carros-chefes do governo e atacou alguns setores por criticarem o fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) e o surto inflacion�rio ao longo de 2013. “Nos �ltimos anos somos um dos raros pa�ses do mundo em que o n�vel de vida da popula��o n�o recuou ou se espatifou em meio a alguma grave crise”, comentou.
Com a fala de ontem, a presidente superou a m�dia de cinco apari��es anuais. Seus antecesores, Luiz In�cio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso registraram uma m�dia inferior a tr�s pronunciamentos de TV ao ano. Nas apari��es de 2013, al�m da que foi ao ar ontem, Dilma divulgou medidas de impacto de seu governo, como a redu��o da tarifa de energia (23 de janeiro), a desonera��o da cesta b�sica (8 de mar�o) e a promessa de destinar dinheiro do pr�-sal para a educa��o (1º de maio). Foi � TV tamb�m para dar uma resposta �s manifesta��es (21 de junho), para exaltar a cria��o do programa Mais M�dicos (6 de setembro) e para comemorar a conclus�o do primeiro leil�o do pr�-sal (21 de outubro).
O pronunciamento de 21 de junho, em meio �s manifesta��es, foi o mais at�pico. A apari��o foi realizada �s pressas e n�o contou com a superprodu��o de R$ 90 mil. Naquela oportunidade, quem produziu tudo foi a EBC/NBR, estatal de comunica��o, “pois n�o havia tempo h�bil para a mobiliza��o de uma das ag�ncias contratadas”, segundo a Secretaria de Comunica��o Social da Presid�ncia da Rep�blica. Em condi��es normais, � a secretaria que fica respons�vel por contratar uma ag�ncia para a produ��o dos pronunciamentos da presidente.
Em dezembro de 2012, o valor gasto pelo governo federal para produzir um pronunciamento foi de R$ 58 mil, 56% a menos que os atuais R$ 90 mil. A Secretaria de Comunica��o diz que houve uma “atualiza��o de valores”, “uma vez que os pre�os at� ent�o praticados remontavam ao ano de 2008”. A infla��o medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2008 a 2012 foi de 32%.
CR�TICAS O l�der do Democratas no Senado, senador Jos� Agripino (RN), considerou a fala da presidente lament�vel. “O pa�s est� ficando incompetitivo por conta dos ajustes fiscais, da carga tribut�ria, do c�mbio, da infla��o e da burocracia”, afirmou. Segundo ele, enquanto os pa�ses do Brics est�o evoluindo, saindo da crise, o Brasil est� cada vez mais imerso. “E a presidente persiste em falar, em termos ufan�sticos, de coisas do passado como se fosse presente. Isso � preocupante”, pontuou.
A cr�tica ao governo Dilma tamb�m veio do governador de Pernambuco e prov�vel candidato � Presid�ncia, Eduardo Campos (PSB). Na sua p�gina no Facebook, o governador reclamou do despreparo do Executivo para lidar com os desastres causados pelas fortes chuvas na Regi�o Sudeste, principalmente Esp�rito Santo e Minas Gerais. “Infelizmente, em Bras�lia ainda � regra esperar o pior acontecer para tomar alguma medida.” (Com ag�ncias)