
Bras�lia – Mais do que a compet�ncia ou a popularidade, a escolha de nomes para a vaga de senador este ano estar� essencialmente ligada �s chances de o candidato facilitar a vit�ria de quem est� de olho nos cargos do Executivo. Os partidos que encabe�am chapas na campanha por governos estaduais ou pela Presid�ncia da Rep�blica t�m preferido abrir m�o de indicar algu�m para concorrer ao Senado e se concentrado em firmar alian�as que garantam maior tempo de tev�. � o que deve ocorrer nos tr�s maiores col�gios eleitorais do pa�s – S�o Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro –, onde as legendas estudam ceder o posto no Congresso a aliados em troca de apoio.
Caciques do PT e do PSDB n�o escondem ser essa a estrat�gia para garantir uma fatia maior nos programas de tev� n�o s� para os governos estaduais, como para seus presidenci�veis. O nome do postulante ao Senado � o que menos importa. “Em vez de fulanizar o processo, estamos conversando com v�rios partidos que v�o compor a alian�a, e sabemos que qualquer pessoa que esteja em torno do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) tem enorme chance de ser eleito”, garante o deputado federal e presidente do PSDB de S�o Paulo, Duarte Nogueira.
O entendimento dos petistas � semelhante. A vaga paulista aberta no Senado � justamente do senador Eduardo Suplicy (PT), que finaliza o terceiro mandato e se recusa a abrir m�o de disput�-lo novamente. “O Suplicy tem uma hist�ria que honra muito o PT, sempre exerceu muito bem esse mandato, mas existe a possibilidade de outros nomes se manifestarem”, comenta o secret�rio nacional de Organiza��o do partido, Florisvaldo Souza. “Mas vamos primeiro discutir as alian�as em torno da cabe�a de chapa (para o governo paulista), que ser� o (ministro da Sa�de) Alexandre Padilha.”
O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, predefinido pelo PSD para pleitear a vaga de Suplicy, poder� fazer parte das negocia��es, tanto do PT quanto do PSDB, pelo apoio do partido de Gilberto Kassab, que poderia desistir de se candidatar ao governo.
O quadro em Minas � um pouco diferente. O governador Antonio Anastasia (PSDB) � favorito na disputa pelo Senado e dificilmente os tucanos ceder�o a vaga a algum aliado que apoie a campanha do ex-deputado Pimenta da Veiga (PSDB) ao governo local. A negocia��o, portanto, ficar� apenas para o posto de vice. J� entre os petistas, n�o h� sequer um nome forte para concorrer com Anastasia, e a estrat�gia dever� ser apostar em um indicado do partido que d� mais segundos para a propaganda eleitoral do ministro de Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Jos� Pimentel, que se lan�ar� ao governo.
Negocia��o
No Rio de Janeiro, o PMDB j� sinalizou que dar� maior �nfase � tentativa de levar o atual vice-governador, Luiz Fernando Pez�o, ao comando do estado, mesmo que isso custe a candidatura do atual governador, S�rgio Cabral (PMDB), ao Senado. A abertura para a negocia��o foi ventilada pelo partido para tentar convencer o PT a manter a alian�a local, que rendeu frutos nas �ltimas elei��es presidenciais. Mas os petistas ainda d�o sinais de que preferem o jogo inverso: com o senador Lindbergh Farias na cabe�a da chapa e Cabral na disputa pela vaga do Congresso.
A decis�o, no entanto, passar� pelo Planalto. “O PT tem lideran�as para ocupar qualquer cargo, mas h� uma compreens�o da import�ncia de reeleger a presidente Dilma. A composi��o da chapa tem que contemplar e fortalecer esse entendimento, discutindo com todos os aliados, e isso valer� em todos os estados”, comenta Florisvaldo Souza.