O suplente de deputado federal Ernesto Vieira, preso no s�bado, acusado pela Pol�cia Federal de participar de um esquema que desviou R$ 73 milh�es da Mega-Sena, loteria administrado pela Caixa Econ�mica Federal (CEF), tem como padrinho pol�tico o presidente do PMDB no Maranh�o, senador Jo�o Alberto, e o deputado Francisco Esc�rcio (PMDB-MA), ambos ligados ao grupo do senador Jos� Sarney (PMDB-AP). O desvio � o maior da hist�ria da CEF.
O empres�rio diz que conversou com Vieira uma hora antes de ele ser capturado pela Pol�cia Federal. O suplente de deputado teria justificado ao s�cio que o dinheiro encontrado em sua conta (cerca de R$ 30 milh�es) era proveniente da venda de um terreno. "Ele ficou sabendo que sua conta foi bloqueada pela Justi�a e me contou que era dinheiro da venda de um lote. Uma hora depois ele foi preso." Conforme o empres�rio, contudo, o s�cio n�o teria condi��es de comprar um terreno por valor milion�rio. "S� se ele comprou para pagar depois."
Pedro Esp�rito Santo confirmou, ainda, que o suplente de deputado comprou um avi�o monomotor, segundo ele, por R$ 380 mil. A PF apreendeu o monomotor durante a busca e apreens�o da Opera��o �skhara (ferida, em grego) deflagrada s�bado.
Pris�es
O suplente de deputado � o �nico preso at� o momento pela PF. Outras quatro pessoas continuam foragidas. Entre elas: Talles Henrique de Freitas Cardozo e os irm�os Alberto Nunes Trigueiro Filho e Paulo Andr� Pinto Trigueiro. Uma quarta pessoa ainda � d�vida para a PF, que suspeita da possibilidade de se tratar de um outro nome fict�cio criado pela quadrilha para lavar o dinheiro. Em nome desta pessoa a PF encontrou R$ 42 milh�es e sete ve�culos comprados recentemente em Goi�nia (seis Corollas e uma Hilux).
Conforme a investiga��o, a quadrilha abriu uma conta corrente numa ag�ncia da CEF na cidade de Tocantin�polis. A partir de um bilhete falso da Mega Sena o gerente liberou R$ 73 milh�es para o pagamento do suposto pr�mio. O dinheiro foi distribu�do desta conta para outras dezenas. A reportagem apurou que a quadrilha tentou aplicar o golpe em outros quatro Estados, mas n�o conseguiu apoio de um gerente para faz�-lo. A PF investiga a raz�o de a CEF permitir abertura de uma conta com um nome e um CPF inexistente. A CEF informou, por meio de nota, que identificou a fraude e comunicou � PF.
Um relat�rio de auditoria da Controladoria Geral da Uni�o (CGU) revelou que a CEF cancelou em 496.776 mil contas correntes e poupan�a em 2012 que haviam sido abertas com CPFs inexistentes. O caso virou esc�ndalo porque o saldo das contas foi contabilizado como lucro da CEF, conforme revelou a revista Isto�.
Com Ag�ncia Estado
