Os investigadores tiveram certeza do esconderijo de Henrique Pizzolato somente na noite de ter�a-feira. A abordagem foi feita na manh� dessa quarta-feira, por volta das 10h30, quando a pol�cia italiana esperou o sobrinho do petista, Fernando Grando, funcion�rio da Ferrari, sair para trabalhar. A porta ficou aberta e os policiais perceberam que havia mais algu�m no local. Da� bastou esperar Pizzolato sair. Os policiais dizem que atra�ram o petista para fora, mas n�o disseram como.
"Eu sou o Celso, eu sou o Celso", dizia Pizzolato na abordagem, tentando se passar pelo irm�o morto h� 36 anos, aos 24 anos de idade, em um acidente de carro. Pizzolato chegou a mostrar tr�s documentos com o nome do irm�o, incluindo o passaporte com o qual entrou na Europa meses antes. O petista, no entanto, acabou percebendo que os policiais j� sabiam quem ele era e confessou ser mesmo o homem procurado pela Interpol. Pizzolato estava acompanhado da mulher, Andrea, e n�o ofereceu resist�ncia.
Busca
O endere�o do ex-diretor do BB foi descoberto a partir de pistas deixadas pelo fugitivo. Ao passar pelo aeroporto de Ezeiza, a 22 km de Buenos Aires, a caminho da Europa, mostrou o passaporte do irm�o - a foto do documento foi trocada.
Outra ajuda foi o fato de a pol�cia argentina exigir dos passageiros de voos internacionais o registro das digitais, al�m da fotografia. Da� foi poss�vel saber que se tratava do foragido.
A pol�cia descobriu, ainda, que Pizzolato havia falsificado o documento do irm�o em 2008. Naquele ano ele fez um passaporte brasileiro falso em nome de Celso e, em 2010, emitiu um passaporte italiano da mesma forma.
A pol�cia brasileira n�o sabe como Pizzolato chegou � Argentina, se viajou de carro ou em avi�o particular. Mas rastreou seus passos at� l�. Ele saiu do Brasil pelo munic�pio de Dion�sio Cerqueira, em Santa Catarina, no dia 11 de setembro do ano passado, entrou na Argentina pela cidade de Bernardo de Irigoyen, foi de l� para Buenos Aires, onde embarcou para Barcelona no dia seguinte, �s 19h08.
Segundo a Pol�cia Federal, a mulher de Pizzolato comprou a passagem para a cidade espanhola. No mesmo dia, o casal foi para Maranello, na It�lia. A PF n�o informou de que forma viajaram.
Outro erro de Pizzolato que ajudou a PF a captur�-lo foi o emplacamento de um carro em nome da mulher dele, um Fiat Punto, na cidade de M�laga, na Espanha. A pol�cia espanhola comunicou o Brasil e a It�lia sobre o ve�culo. Durante as investiga��es, a pol�cia italiana descobriu o carro estacionado em frente � casa onde Pizzolato estava foragido. A pol�cia brasileira procurou ajuda na Espanha ao descobrir que, em 2010, ele conseguiu o registro de morador permanente naquele pa�s.
A pol�cia italiana informou que a pris�o foi feita devido ao pedido de extradi��o do Brasil e n�o pelo uso de documentos falsos. A partir de agora, como Pizzolato � cidad�o italiano, a Justi�a daquele pa�s � quem decidir� o que ir� ocorrer.