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Estado de Minas

Militar admite farsa na morte de Rubens Paiva

Raimundo Ronaldo Campos admitiu que o Ex�rcito montou uma farsa para esconder a morte do ex-deputado Rubens Beirodt Paiva


postado em 07/02/2014 11:07 / atualizado em 07/02/2014 11:18

Rubens Paiva teve o mandato de deputado cassado em 1971 (foto: Arquivo Pessoal)
Rubens Paiva teve o mandato de deputado cassado em 1971 (foto: Arquivo Pessoal)

S�o Paulo - Em depoimento � Comiss�o Estadual da Verdade do Rio, o coronel reformado Raimundo Ronaldo Campos admitiu que o Ex�rcito montou uma farsa para esconder a morte do ex-deputado Rubens Beirodt Paiva, que aparece na lista de mortos e desaparecidos do per�odo da ditadura militar desde o dia 20 de janeiro de 1971.

Segundo o depoimento, divulgado ontem pelo Jornal Nacional, da TV Globo, na noite do dia 21 de janeiro daquele ano Campos e outros dois militares teriam recebido ordens de seus superiores para atirar na lataria de um Fusca e incendi�-lo em seguida, no Alto da Boa Vista, no Rio. A montagem era para sustentar a vers�o oficial de que, ao ser transportado por militares, o ex-deputado foi sequestrado por terroristas, que atearam fogo no carro.

Campos disse saber que se tratava de uma opera��o para “justificar o desaparecimento de um prisioneiro”. Revelou tamb�m ter informa��es de que ele j� estava morto.

Acusado de manter correspond�ncia com exilados pol�tico, Paiva - que havia sido cassado em 1964 - foi preso em casa, diante de familiares. Militares da Aeron�utica o levaram e o entregaram ao Destacamento de Opera��es de Informa��es do 1.º Ex�rcito (DOI).

De acordo com a vers�o oficial, Paiva foi ouvido e em seguida conduzido de carro para fazer o reconhecimento de uma casa que funcionaria como aparelho subversivo. No caminho, foi sequestrado. Logo em seguida os militares se dirigiram � 19.ª Delegacia de Pol�cia, no Rio, e registraram a hist�ria.

O depoimento do coronel reformado n�o � o primeiro que p�e em xeque a vers�o oficial. Em 1986, o ex-tenente Am�lcar Lobo, que foi m�dico do Ex�rcito, disse � PF que tentou socorrer o prisioneiro - que, ap�s torturas, estava em estado cr�tico.

No ano passado, a Comiss�o Nacional da Verdade divulgou um documento, encontrado na casa de um ex-comandante do DOI-CODI, coronel Molina Dias, que confirma a passagem de Paiva pela institui��o.

Para Vera Paiva, filha do ex-deputado, “n�o h� mais d�vida de que meu pai n�o � um desaparecido: ele foi assassinado e a cena do crime est� ficando cada vez mais clara”. Sobre o depoimento do coronel, comentou: “A gente agradece. � importante que mais gente fa�a isso. Interessa � fam�lia e ao Brasil, onde casos de tortura continuam sendo abafados por essa l�gica de n�o se falar nada.”


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