O presidente da Associa��o dos Pra�as, Policiais e Bombeiros Militares do Distrito Federal (Aspra-DF), Jo�o de Deus, disse nesta sexta-feira que a entidade tem orientado os associados a cumprirem suas tarefas normalmente, respeitando a decis�o judicial que determinou o fim da chamada opera��o tartaruga. O ex-deputado distrital e atual prefeito de �gua Fria (GO) n�o confirmou as not�cias de que, com a senten�a do Tribunal de Justi�a do Distrito Federal e dos Territ�rios, a categoria estuda atuar com maior rigor, deflagrando uma opera��o padr�o, mas destacou que a entidade n�o pode responder pela conduta de policiais insatisfeitos.
“Essa crise da seguran�a p�blica n�o � nossa, � do governo e vamos endurecer nossas a��es contra o governador [Agnelo Queiroz], por ele n�o ter cumprido suas promessas de campanha”, disse Jo�o de Deus, mencionando, entre 13 promessas “ainda n�o cumpridas”, a reestrutura��o da carreira dos policiais militares e de bombeiros, a institui��o de um novo C�digo de Conduta e �tica discutido com a categoria e mais recursos para o programa habitacional destinado aos militares.
“N�o vamos aceitar esmolas. Lamentamos que o governo tenha judicializado o assunto, mas vamos endurecer nossas a��es, fixando faixas, cartazes, outdoors e distribuindo panfletos � popula��o para explicar nossas raz�es e o porqu� de a capital do pa�s ter se tornado um lugar perigoso. Enquanto o governador n�o nos chamar [para negociar] e definir um cronograma para cumprir suas promessas de campanha vamos ficar nesse impasse”, acrescentou Jo�o de Deus.
A opera��o tartaruga havia sido iniciada em outubro de 2013, para pressionar o governo a atender �s reivindica��es de bombeiros e policiais militares. Cartazes j� espalhados pela cidade informam que os protestos s� ser�o encerrados quando o governo negociar com a categoria. Em nota divulgada em seu site, a Aspra-DF explica que a eventual opera��o padr�o associada aos moldes das anteriormente deflagradas por policiais federais em aeroportos chegou a ser mencionada ap�s a associa��o ter sido notificada da determina��o da Justi�a. “Apenas para n�o ficar no vazio a nomenclatura de nossa luta”, disse. E acrescentou: “Como policiais e bombeiros n�o aceitaram a ideia […] a Aspra acata o que decidir os militares”.
Segundo a Secretaria de Seguran�a P�blica do DF, do dia 1º at� a manh� do dia 30 de janeiro, foram registrados 68 homic�dios, 20 a mais que no mesmo m�s dos dois �ltimos anos. O resultado, equivalente a mais de duas mortes violentas por dia, e o fato de v�rios homic�dios terem ocorrido em �reas nobres da capital, repercutiram na imprensa. Em consequ�ncia, a C�mara dos Deputados e a C�mara Legislativa do Distrito Federal promoverem, nos �ltimos dias, audi�ncias p�blicas para debater as quest�es: nos dois casos, a discuss�o acabou prejudicada por disputas eleitorais.
Tamb�m em nota, a secretaria garante que, ao contr�rio de algumas pesquisas sobre seguran�a p�blica, recente estudo da organiza��o n�o governamental mexicana Conselho Cidad�o para a Seguran�a P�blica e Justi�a Penal informa que, proporcionalmente, os n�meros da viol�ncia no Distrito Federal est�o bem abaixo dos de outras capitais brasileiras, sobretudo das 16 que, no estudo, aparecem entre as 50 mais violentas do mundo.
De acordo com a secretaria, as duas cidades brasileiras que aparecem no topo do levantamento s�o Macei� (AL) e Fortaleza (CE), que contabilizaram, respectivamente, 79,8 e 72,8 homic�dios por cada grupo de 100 mil habitantes. O Distrito Federal fechou 2013 com uma taxa de 25 mortes por grupo de 100 mil moradores - o que, em n�meros absolutos, significa um total de 695 homic�dios, n�mero que a secretaria aponta ser bem inferior aos registrados por Aracaju (SE). A capital sergipana, com 33,4 mortes por grupo de 100 mil habitantes, ficou com a 16ª posi��o entre as cidades brasileiras mais violentas apontadas pela ONG mexicana.