
O presidente da C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) disse que vai colocar o tema em plen�rio at� mar�o. O PSDB evita se pronunciar oficialmente. Nos bastidores, por�m, correligion�rios argumentam que o parecer pela puni��o baseia-se apenas na sua amizade com Cachoeira e n�o em qualquer ato praticado.
Na representa��o analisada no Conselho de �tica, pede-se a investiga��o da conduta de Ler�ia devido aos frequentes telefonemas trocados com o contraventor, empr�stimos que o tucano recebeu de Cachoeira e a compra de um terreno em sociedade com o bicheiro. O primeiro relat�rio no Conselho, que pedia a cassa��o, foi derrubado e o colegiado optou pela suspens�o de 90 dias atendendo ao parecer de S�rgio Brito (PSD-BA).
Em seu relat�rio, Brito afirma que apesar de n�o terem sido comprovadas as acusa��es, o colega deve ser suspenso por sua �ntima rela��o com Cachoeira. "Ainda que do recebimento de dinheiro pelo Deputado Ler�ia ou da formaliza��o de empr�stimos n�o se tenha podido deduzir, com base nas provas colhidas nos autos, a pr�tica de nenhum ato ilegal, as estreitas rela��es entre ele e contraventor notoriamente conhecido implicaram inevit�vel abalo � credibilidade da C�mara", diz. Cumprido o calend�rio fixado por Alves, o processo ser� julgado em plen�rio quase dois anos ap�s as primeiras revela��es. Ainda que o tempo tenha ajudado a diluir a pol�mica, o fato de a decis�o ocorrer com voto aberto pode levar a puni��o a ser aprovada, como ocorreu no caso de Donadon.
A investiga��o sobre Ler�ia come�ou ap�s a divulga��o de diversos telefonemas grampeados na Opera��o Monte Carlo da Pol�cia Federal, que desbaratou o esquema de Cachoeira. Enquanto no Senado houve um rito acelerado para cassar o senador Dem�stenes Torres (ex-DEM-TO), na C�mara os processos contra os deputados citados foram conduzidos lentamente. Com o caso perdendo espa�o no notici�rio, a Corregedoria da C�mara concluiu sua comiss�o de sindic�ncia absolvendo tr�s parlamentares, Sandes J�nior (PP-GO), Rubens Otoni (PT-GO), Stepan Nercessian (PPS-RJ) e dando prosseguimento apenas ao caso do tucano.
Tamb�m como reflexo da cassa��o ao deputado presidi�rio, o presidente da C�mara quer levar a plen�rio tamb�m em mar�o a chamada "PEC dos mensaleiros" que passa a tornar autom�tica a perda de mandato quando um parlamentar for condenado por crime contra a administra��o p�blica. Essa proposta encontra ainda resist�ncia do PT e precisa ser votada em uma comiss�o especial antes de chegar ao plen�rio.