O Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje (8), reacende o debate e o desafio sobre a participa��o feminina na pol�tica. Apesar de representarem 51,95% do eleitorado no pa�s, o percentual de mulheres no Congresso Nacional n�o chega a 10%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Por exemplo, dos 513 deputados federais, 45 mulheres foram eleitas nas �ltimas elei��es gerais em 2010, o que representa 9% do total, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Geralmente, as candidaturas de mulheres, sobretudo essas de trajet�ria de luta popular e comunit�ria, n�o s�o atraentes para o perfil dos financiamentos [de campanha]. Esse � um dado crucial. Tanto � que defendemos a reforma do sistema pol�tico e uma das quest�es � o financiamento p�blico de campanha”, disse.
De acordo com o TSE, em outubro de 2010, o Brasil elegeu a primeira presidente da Rep�blica, duas governadoras e 134 deputadas estaduais. Nas elei��es municipais de 2012, foram eleitas 657 prefeitas (11,84%) e 7.630 vereadoras (13,32%).
A procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), tamb�m defende a reforma pol�tica como forma de ampliar a participa��o feminina. A senadora reconhece que a presen�a aumentou, mas ainda precisa melhorar. “Hoje, infelizmente, a cara do Parlamento e da pol�tica brasileira � uma cara masculina. E ela tem que ser uma cara com duas faces: um lado masculino e o outro feminino”, disse Vanessa. O Brasil est� na posi��o de n�mero 156 no ranking da representa��o feminina no Parlamento, entre 188 pa�ses, conforme levantamento que consta na cartilha "+ Mulher na Pol�tica: Mulher, Tome Partido”, feita pela procuradoria. Na compara��o com 34 pa�ses das Am�ricas, ocupa o 30º lugar.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TST), ministro Marco Aur�lio Mello, ressalta que as mulheres ainda n�o est�o presentes na pol�tica como deveriam. “Infelizmente, n�s estamos em um pa�s machista e a mulher acaba n�o participando, em termos de candidatura, como ela deveria participar.”
A participa��o feminina na pol�tica � antiga. H� 50 anos, quando foi instalada a ditadura militar no pa�s, elas posicionaram-se contra. A militante Maria Am�lia Teles foi uma das primeiras a combater o regime. Ela foi presa junto com o marido, a irm� gr�vida e os dois filhos. Hoje, integra a Comiss�o da Verdade de S�o Paulo e relembra o per�odo. "� uma hist�ria de muita viol�ncia e essa viol�ncia tem que ser tamb�m lembrada para que ela n�o se repita, para que o Estado aperfei�oe e consolide a democracia e n�o use desse autoritarismo, desse terror. Foi um terror que o Estado imprimiu em toda a sociedade com tamanha repress�o, censura, persegui��o".
Em nota divulgada nessa sexta-feira (7), a ministra da Secretaria de Pol�ticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, avalia que o pa�s ainda tem que avan�ar para ampliar a representa��o feminina na pol�tica. "Ainda temos muito a conquistar: nessa �rea, o protagonismo feminino � muito desproporcional ao exercido em todas as outras."
No entanto, ela ressaltou que, em rela��o ao trabalho, as mulheres t�m conquistado espa�o em �reas at� ent�o consideradas masculinas, como mec�nica e constru��o civil. Para Eleonora Menicucci, a presen�a da mulher no mercado de trabalho supera as expectativas. "Dos 4,5 milh�es de empregos com carteira assinada gerados no governo da presidenta Dilma, 2,3 milh�es foram ocupados pelo sexo feminino", destacou.
No comunicado, divulgado por ocasi�o do Dia Internacional da Mulher, a ministra tamb�m comemora a redu��o de mais de 50% da mortalidade materna no pa�s, nos �ltimos 20 anos, e destaca os esfor�os do Poder P�blico para combater a viol�ncia contra a mulher.
Com Ag�ncia Brasil