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Estado de Minas

Comiss�o concede anistia a mulheres perseguidas na ditadura militar

Os processos foram julgados pela Comiss�o de Anistia do Minist�rio da Justi�a, em sess�o especial para homenagear o Dia Internacional da Mulher


postado em 07/03/2014 19:23

Uma advogada, uma professora universit�ria, uma psicanalista e uma jornalista receberam nesta sexta-feira pedidos de desculpas do Estado brasileiro por viol�ncias e persegui��es sofridas durante a diatadura militar e v�o receber indeniza��es relativas aos preju�zos materiais que sofreram devido � perda de empregos, ex�lio e pris�o por motivos pol�ticos.

Os processos foram julgados hoje pela Comiss�o de Anistia do Minist�rio da Justi�a, em sess�o especial para homenagear o Dia Internacional da Mulher, que ser� comemorado amanh� (8). As quatro anistiadas estavam presentes, narraram suas hist�rias e emocionaram os membros da comiss�o, que consideraram suficientes as provas apresentadas por elas para terem direito aos benef�cios.

A advogada Aglaete Nunes Martins foi a primeira a depor e contou que seu escrit�rio no centro do Rio de Janeiro foi invadido e destru�do em 1984 por agentes do extinto Departamento de Ordem Pol�tica e Social (Dops), que procuravam uma gr�fica clandestina respons�vel, segundo eles, por impress�o de material subversivo. Ela foi processada pela Justi�a Militar com base na Lei de Seguran�a Nacional e disse que at� hoje sofre restri��es devido a esse processo, porque “uma vez criminoso, sempre criminoso. Por isso, o ressarcimento � o m�nimo que o Estado Brasileiro nos deve, mesmo n�o sendo reparar a dor na alma”, disse, relatando que depois da invas�o teve que entregar as salas alugadas � locadora do im�vel.

A professora universit�ria Maria do Ros�rio da Cunha Peixoto, da Universidade de S�o Paulo (USP), contou que trabalhava na Secretaria de Educa��o de Minas Gerais, em 1969, quando foi presa, em 15 de junho do mesmo ano, e s� ganhou a liberdade em maio de 1970, tendo sofrido torturas durante o per�odo em que esteve detida. Ela disse que foi for�ada a pedir demiss�o devido aos constrangimentos sofridos no trabalho, teve dificuldade para conseguir emprego e praticamente viveu na clandestinidade, at� ser acolhida pela USP, a exemplo de outros perseguidos pol�ticos. Para a professora Maria do Ros�rio, “os crimes cometidos contra o povo brasileiro e os movimentos de resist�ncia contra a ditadura n�o podem ser esquecidos. A Lei de Anistia � um acinte, porque iguala torturadores e torturados, mas as condi��es de luta n�o foram iguais. N�o d� para esquecer os atos criminosos daqueles torturadores e assassinos”.

A psicanalista L�cia Maria de Cerqueira Antunes Borges Rodrigues narrou � Comiss�o de Anistia uma hist�ria que come�a com o golpe militar de 31 de mar�o de 1964, quando seu marido, ent�o superintendente de Reforma Agr�ria em Pernambuco, foi para o interior tentar organizar uma resist�ncia armada, o que acabou fracassando.

A partir da�, ele acabaria perdendo o cargo e o emprego de professor universit�rio, o que a obrigou a trabalhar no Senac pernambucano. Mas devido �s persegui��es sofridas pelo marido eles acabaram fugindo para o Paraguai, onde reconstru�ram a vida, at� que ele foi contratado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) para trabalhar nos Estados Unidos e, depois, no pr�prio Paraguai, para onde retornaram e voltaram a viver at� retornarem ao Brasil ap�s a promulga��o da Lei de Anistia. Valdemar, o marido da psicanlista, j� foi anistiado pela comiss�o e ela, al�m do pedido de desculpas oficial, ir� receber indeniza��o pela perda do emprego no Senac de Pernambuco.

A jornalista L�cia Le�o foi presa quando tinha 16 anos de idade, em S�o Paulo, e passou mais de 30 dias detida no Doi-Codi de S�o Paulo, na �poca comandado pelo hoje coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, que j� foi acusado diversas vezes de comandar e participar de torturas. Sobre as torturas, disse que foi pouco molestada durante o tempo em que ficou l�, mas testemunhou viol�ncias contra outros presos “que aqueles brutamontes fizeram com requintes de maldade. Depois de libertada, ela n�o conseguiu estudar em S�o Paulo e se mudou para o Rio de Janeiro, indo mais tarde para Bras�lia, onde at� hoje trabalha como jornalista


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