O clima esquentou nessa quarta-feira na Assembleia Legislativa e n�o foi por nenhuma discuss�o entre oposi��o e base por causa de projeto de lei em tramita��o no plen�rio. Um verdadeiro barraco no gabinete do deputado estadual Cabo J�lio (PMDB) na hora do almo�o deixou os funcion�rios espantados no corredor do segundo andar do Pal�cio da Inconfid�ncia, tanto que a pol�cia legislativa chegou a ser acionada para apartar a briga. O caso ser� analisado pela Mesa Diretora da Casa.
Segundo testemunhas, a briga teria sido entre Cabo J�lio e o filho Bruno J�lio, que, apesar de n�o ser oficialmente lotado na Assembleia, trabalha no gabinete do pai. Pessoas que estavam no local na hora da discuss�o disseram ter ouvido sons de vidros e objetos quebrando e gritos. Durante o conflito com o parlamentar, o outro envolvido dizia “fa�o tudo neste gabinete e n�o sou reconhecido”. Ainda segundo funcion�rios do Legislativo, apesar da fala tratar de servi�o, parecia uma “briga familiar” e o deputado teria dado um pontap�. No plen�rio, a hist�ria de atrito entre pai e filho tamb�m foi comentada entre deputados.
Bruno J�lio nega que tenha sido agredido pelo pai. “Estive no gabinete, mas sa� na hora do almo�o para resolver coisas no Barreiro. Comigo n�o foi, s� se teve incidente com outra pessoa. Sei que tinha policiais no gabinete e eles falam alto”, afirmou. Cabo J�lio n�o foi encontrado no gabinete e n�o atendeu o celular. Sua assessora de imprensa disse que n�o havia ocorrido nada por l�. A mesma funcion�ria negou, inclusive, que o filho de Cabo J�lio trabalhe no gabinete, embora uma outra integrante da equipe tenha confirmado que ele d� expediente por l�.
Segundo o gerente geral da pol�cia legislativa, Luiz Fernando de Souza Cruz, a guarda interna foi acionada por funcion�rios na hora do ocorrido, mas n�o foi registrada ocorr�ncia. “O pessoal chegou e constatou que o problema era interno e no gabinete a gente n�o entra”, afirmou. Questionado se havia imagens da confus�o, ele afirmou que as c�meras s� registram o que ocorre no corredor.
O primeiro secret�rio da Mesa, deputado Dilzon Melo (PTB), disse ter determinado � pol�cia legislativa o acompanhamento e a produ��o de um relat�rio sobre o ocorrido. “O coment�rio � que houve um incidente, mas temos que ver qual foi a extens�o dele. Se foi s� um bate-boca ou que gravidade teve a situa��o”, afirmou. Questionado se haveria quebra de decoro, o parlamentar afirmou que o regimento da Casa � claro e conhecido por todos. Nele, um dos casos para os quais est�o previstas puni��es que v�o at� a perda de mandato � “perturbar a ordem ou praticar atos que infrinjam as regras de boa conduta no recinto da Assembleia Legislativa ou em suas demais depend�ncias”.
Dilzon disse que � preciso se aprofundar na an�lise para saber se as san��es est�o previstas apenas nas �reas comuns do Legislativo ou se tamb�m se enquadram os atos dentro dos gabinetes. Cabo J�lio j� se envolveu em outro conflito em mar�o de 2011, quando era vereador de Belo Horizonte, mas escapou de uma investiga��o naquela Casa. Ele foi parar na delegacia de mulheres acusado de agress�o pela ex-mulher M�rcia Chamone. Ela alega que teria chegado de surpresa na antiga casa que vivia com ele e o encontrou com a nova namorada, quando ele a teria agredido. Ele alegou que foi M�rcia quem bateu nele e mostrou escoria��es. A promotoria de Justi�a de Defesa da Mulher pediu medidas protetivas para ela.